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quinta-feira, 20 de julho de 2017

SANTOS DE CADA DIA - 20 DE JULHO



SANTA LIBERATA (ou VIGELFORTE) uma das 9 irmãs gemeas e santas
Ver 20 de Julho 



Santa Liberata, a primeira mulher cristã em receber o martírio da cruz.
  Contas- e que- Enamorada do Salvador, a virgem queria consagrar-lhe a sua pureza, mas como era bonita e tinha muitos pretendentes, o pai quis casá-la com o rei da Sicília. Contrariada, a princesa Vilgeforte ou Liberata pediu, então, a Deus que a tornasse feia. E, por milagre, começou a crescer-lhe barba e bigode. O pai, por castigo, mandou crucificá-la. O seu culto começou a desenvolver-se, sobretudo a partir do séc. XIV. 
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Esta santa retirou-se para o deserto e padeceu o martírio da cruz, uns dizem que em Miragaia, no Porto, outros que em Castelo Branco, e o padre Cardoso, no seu Dicionário Geográfico, diz que fora em Águas Santas, uma légua para o norte da cidade do Porto (e que actualmente pertence ao concelho da Maia…), no sítio onde rebentou uma fonte chamada santa, pelos efeitos milagrosos com que eram beneficiados os doentes que a ela concorriam.
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HISTÓRIA DAS 9 IRMÃS GÉMEAS

«Pelos anos da era de Cristo, 120, nasceram as 9 gémeas, na cidade de Braga. Seu pai, Lúcio Caio Atílio Severo, era Régulo duma das muitas províncias, em que nesse tempo estava dividido o Império Romano, a qual se compunha de parte da antiga Lusitânia e de parte da Galiza. Residia este na cidade de Braga. Era casado com D. Cálcia Lúcia, ambos de famílias muito ilustres, porém idólatras e gentias. O Altíssimo, por um milagre da sua Providência, permitiu que Cálcia, depois de ser estéril por muitos anos, concebesse e trouxesse reclusas em seu ventre, nove meninas contra a ordem comum dos partos. Completos os nove meses, Cálcia (na ocasião em que seu marido estava ausente, fazendo corte ao Imperador Adriano, que andava viajando pela península) deu à luz as nove meninas, que nasceram tão perfeitas como esposas que haviam de ser do Cordeiro Imaculado. Vendo-se Cálcia mãe de nove filhas, dadas à luz dum só parto, dominada pela superstição, ou pelos prejuízos terríveis daqueles tempos, concebeu um projecto que só as fúrias infernais a quem adorava lho podiam inspirar; por isso, que causa horror até às mesmas feras. Para se subtrair às sátiras do mundo e à indignação de seu marido, Cálcia concebe a infernal resolução de mandar afogar as meninas, sem exceptuar nenhuma. Comunica o seu execrando projecto à única pessoa que lhe tinha assistido o parto, a Cita, devota donzela e cristã oculta, e, depois de a obrigar a guardar o mais rigoroso segredo, ordena-lhe que faça primeiro divulgar a notícia de que ela tivera infeliz sucesso no parto, e que, depois de a família estar recolhida, aproveitando-se do escuro da noite, saísse do paço e fosse mergulhar as nove meninas em um dos poços do rio Este, que corre nos subúrbios de Braga. Querendo, pois, e determinando a desumana mãe que morressem as inocentes filhas, o misericordioso Deus, que pela sua grande clemência costuma, muitas vezes, de grandes males tirar grandes bens, inspirou no coroação da virtuosa Cita o desejo de salvar a vida do corpo, e dar a vida às almas de tão belas e formosas meninas, e tendo oportunidade para pôr em execução o seu piedoso intento, ajudada da Divina Providência, foi levar as meninas a santo Ovídio, arcebispo de Braga, (ver 3 de Junho), o qual, administrando-lhes o sacramento do Baptismo, lhes pôs os nomes seguintes: Genebra, Vitória, Eufémia, Marinha, Marejana (ou Marciana), Germana, Basília (ou Basílica), Quitéria e Liberata (ou Vilgeforte), como outros lhe chamam. Depois que as santas meninas foram regeneradas na sagrada fonte do baptismo, a compassiva Cita procurou nos arrabaldes de Braga amas cristãs para as criarem e educarem na lei e religião de Cristo, incumbindo-se o santo Arcebispo de satisfazer toda a despesa. Cada uma destas amas procurava em religiosa emulação cumprir com os seus deveres, tanto pelo que respeitava ao alimento do corpo, como ao desenvolvimento do espírito. A religiosa educação, que as nove meninas receberam na sua infância, produziu um tão grande domínio em seus corações que, em todo o decurso da vida e até ao fim dela, sempre puseram em prática as santas virtudes, e calcaram aos pés as grandezas e vaidades do mundo, só com o fim de lucrarem a Jesus Cristo. A sua vida virtuosa e quase angélica era admirada nos subúrbios de Braga, e por todos os arredores se falava das raras virtudes e singular perfeição das nove meninas. Chegando ao conhecimento destas angélicas meninas o perigo a que tinham, estado expostas, quem eram, e qual fora o seu admirável nascimento e a bárbara determinação de sua ímpia mãe, de entregá-las à morte em tempo que apenas entravam na vida, e do modo como Deus, pela sua Divina Providência, as livrara da morte, não só do corpo mas também da alma, por meio do sagrado Baptismo; em agradecimento de tão grandes benefícios, resolveram estas gloriosas virgens, estas santas irmãs, deixar de todo o mundo e habitar juntas na mesma casa, como em clausura, para assim melhor servirem e agradarem a Deus, resistirem com maior fortaleza aos seus inimigos, e crescerem, mais na virtude e na castidade com o exemplo umas das outras. Obtida a aprovação e consentimento do Santo Arcebispo Ovídio, a quem respeitavam e obedeciam, como seu mestre, director e pai, viveram alguns anos, estas amantes esposas de Jesus Cristo, nos arrabaldes da cidade de Braga, recolhidas na sua casa, como em um convento, entregando-se ao exercício de todas as virtudes, sendo a vida de cada uma um raro espelho de santidade, para todos os cristãos daquela terra, não se falando, por todos aqueles arredores, em outra coisa, senão na sua santa vida, que aquelas tenras e delicadas donzelas passavam naquele retiro. Todos se admiravam de que – entre tanta formosura e outros dons da natureza – houvesse tanta virtude, tanto recolhimento, resguardo e cautela. Abrasadas estas santas meninas no fogo do amor divino, cada qual de per si, e umas na presença das outras, fizeram todas voto de castidade, consagrando a sua virginal pureza àquele soberano Senhor que as fizera nascer dum tão milagroso parto, e depois de nascidas as livrara da morte, que sua mãe lhes mandara dar, criando-as e sustentando-as até ali, com providência tão particular. Fechando pois os olhos ao mundo, e empregando-se só em seu Divino Esposo, Lhe sacrificaram as suas almas e juntamente com elas os seus corpos, vivendo, naquele tenra idade, estas esposas de Jesus Cristo, santas nos costumes, puras nos corpos, e abrasadas nas almas com as chamadas da caridade e com o fogo do Amor Divino.
Esta foi a criação e a virtuosa vida destas nove irmãs, nos arrabaldes de Braga, onde viveram nove ou dez anos, e com tanta perfeição, como se já estivessem no céu, imitando os anjos na pureza, os querubins no fervor e os serafins no amor, e finalmente todas cheias de fervorosos desejos de passarem a gozar da presença do seu Divino Esposo, por meio da ilustre palma do martírio, e para o conseguirem dirigiam ao céu fervorosas súplicas. Estas foram atendidas e os seus desejos satisfeitos. Foi por esta ocasião que se levantou uma cruel e terrível perseguição, renovando-se o cruel édito já principiado por Nero, cujo fim era extinguir totalmente do mundo o adorável Nome de Jesus Cristo. Em Braga e mais terras sujeitas ao Império Romano, se publicou solenemente, mandando-se nele com pena de morte, que se adorassem os ídolos e extinguisse o Cristianismo. Logo que este decreto chegou ás mãos do Régulo de Braga, mandou-o publicar em todas as cidades do seu domínio, enviando ministros para diferentes terras, com ordens terminantes para obrigarem os fieis a adorarem os falsos ídolos, e quando eles não quisessem, fossem conduzidos à sua presença, para lhes serem aplicados os castigos. Espalhando-se os infernais ministros da justiça pelos arrabaldes e becos de Braga, dirigiam-se à casa onde viviam as nove irmãs, e encontrando esta santa comunidade de virgens, certificados de que elas eram cristãs, levaram-nas presas à presença do Régulo Bracarense que então estava na antiga cidade de Tide, situada na margem esquerda do Rio Minho, a pequena distância da praça de Valença. Com muita alegria caminhavam as santas meninas ansiosas por serem apresentadas no tribunal, para serem julgadas e sentenciadas pelo Régulo, seu pai. Este, apesar de ainda as não reconhecer por suas filhas, ficou logo muito impressionado com a modéstia, humildade e rara formosura das nove donzelas, e tratando-as com brandura e afabilidade lhes fez diferentes perguntas relativas à sua pátria, pais e religião que professavam, e se estavam resolvidas a dar cumprimento ao que mandavam os imperadores, adorando os deuses imortais, conservadores do seu império. Santa genebra tomou a palavra e respondeu em nome de todas: «A nossa pátria, senhor, é a cidade de Braga; se desejais saber de onde descendemos, podereis acreditar que em nossas veias circula o sangue da principal nobreza desta província; pois que todas somos tuas filhas e de Cálcia, tua consorte… Enquanto à religião que professamos, sabe que todas adoramos Jesus Cristo, Filho de Deus vivo, com quem nos desposamos pelo Baptismo; e que todas estamos resolvidas e prontas a dar o sangue das próprias veias pela confissão do seu Santo Nome, ainda que à custa dos maiores tormentos». Contou-lhe em seguida as circunstâncias do seu nascimento, e o modo porque escaparam à morte, a que a mãe as condenara. Fê-lo ciente da sua criação, dos seus propósitos e de resolução em que todas perseveravam firmes, e concluiu dizendo: «Aqui estamos na tua presença; dispõe de nós como melhor te parecer”. E tanto ela como as irmãs ficaram com uma aprazível e celeste serenidade. Não há termos com que se possa explicar a impressão que esta notícia produziu no coração do Régulo bracarense.
Recorda-se de algumas coisas passadas, que o movem a acreditar o que ouvira… Atílio muda de cor por diferentes vezes… Não pôde encobrir a inquietação que sente dentro do peito… Suspende logo o acto judicial, e manda retirar os ministros, ficando só com as meninas e com Cita, que as acompanhava. Tira-lhes dos pulsos as algemas e conduzindo-as ao interior do palácio, chama Cálcia, sua mulher, e conta-lhe tudo o que ouvira a Genebra. Cálcia fica cheia de confusão e medo, e ainda mais, quando ouve da boca de Cita, o modo como conservara a vida do corpo, e dera vida ás almas daquelas inocentes… Cálcia não se atreve a negar, antes confessa como tudo tinha sucedido. Logo que foram reconhecidas por filhas, tanto o pai como a mãe soltaram as rédeas aos afectos naturais… Abraçam, uma por uma, as ternas meninas, cobrem-nas de beijos, empregam toda a autoridade e arte para as persuadir que, abjurando o Cristianismo, adorassem os ídolos… Ponderou-lhes a alta qualidade dos seus ascendentes, a abundância das riquezas, o amor e desvelo com que procurariam, para cada uma, dignos esposos, com quem pudessem gozar, contentes, das prosperidades e bens do mundo. Porém, as nove meninas, com uma firmeza e constância inabalável, desprezaram todas as promessas, e permaneceram firmes na sua resolução. Vendo o Régulo frustrados todos os esforços que o amor de pai e a fé de idólatra lhe subministraram a fim de apartar as filhas da religião cristã, que tinham bebido com o leite, encheu-se de indignação, e parecendo-lhe que acabariam com ameaças, o que não podiam as carícias paternais, começou a prometer martírios, jurando pelos seus deuses que lhes tiraria a vida, à força dos tormentos mais esquisitos, se desprezassem as suas determinações, e se não se resolvessem de pronto a oferecer sacrifícios aos deuses do império. Serenou Cálcia estas furiosas iras de Atílio, e conseguiu dele, a poder de rogos, que se lhes desse algum tempo para considerarem aquilo que deviam escolher, esperando que, como meninas, tomariam outra resolução, depois de serem reconhecidas por suas filhas e destinadas para esposas dalguns mancebos nobres, formosos e ricos, e de comum acordo as deixaram sós, encerradas em um dos salões do seu palácio.
Depois que seus pais se retiraram, as nove meninas, prostradas ante a presença do Altíssimo, Lhe suplicaram com toda a candura das suas almas angélicas, que lhes inspirasse o modo como haviam de dirigir os seus passos no caminho da vida, e lhes desse constância e fortaleza, para nunca anuírem a tão detestáveis proposições; nem temerem a morte, que por instantes as esperava. As suas preces foram prontamente ouvidas e as fervorosas súplicas favoravelmente despachadas. Lá por entre a escuridão da noite, uma brilhante claridade vem iluminar aquela prisão; desce um Anjo do Senhor, que vem confortar as suas fieis esposas naquela tribulação, e, depois de lhes fazer conhecer o perigo, em que estão, de apostatar da religião santa, lhes intima da parte de Deus a ordem de fugirem, quanto antes, daquela casa, e de seguir cada uma a direcção que o Senhor lhe inspirar. O mesmo anjo, que lhes intimou a ordem do céu, lhes facilitou a saída do palácio, sem que alguém desse fé da ausência delas. Caminharam, todas juntas por algum tempo, por entre as trevas e silêncio da noite, até que assentaram entre si apartarem-se umas das outras, e antes de darem mutuamente o abraço de despedidas, santa Liberata, levantando as mãos e os olhos ao céu, proferiu a seguinte súplica: «Senhor meu, Jesus Cristo, que permitistes nascêssemos todas em um dia, e, livrando-nos do trânsito da morte, nos destes nova vida da graça, pedimo-Vos, Senhor, pela vossa divina misericórdia, e pelo eterno e incomparável amor com que nos amastes, sejais, meu Deus, servido levar-nos todas ao descanso eterno, e não consintais, meu bom Jesus, que se apartem do caminho da glória aquelas que tão unidas foram enquanto viveram na terra». Todas com o mesmo espírito e com a mesma fé responderam: Ámen.
 Deram os últimos abraços umas às outras, em sinal de recíproco amor, e como quem se despedia para se não tornar a ver na vida mortal, se despediram as angélicas meninas, dirigindo-se cada uma para onde o divino Esposo as encaminhou, e apesar dos esforços empregados pelo pai e pelos domésticos e vizinhos, que foram logo em procura delas, apenas puderam apanhar Santa Quitéria, com algumas pessoas que a acompanhavam: todas as mais conseguiram evadir-se para diferentes terras.

Santo Elias, Profeta, 20 de Julho


          O profeta Elias nasceu em Tisbé, sudeste da Terra Santa, e foi contemporâneo do rei Acab e da rainha Jezebel. Morreu depois deles, julgando-se que ainda vivia no ano 850 antes de Cristo. Era da Tribo dos Levitas, da geração de Aarão. Algum tempo antes de seu nascimento, o reino Hebreu se dividiu em duas partes: o Reino Judeu e o Israelita. O primeiro ficou com as Tribos de Judas e Benjamim, sendo a sua capital, a cidade de Jerusalém. Ocupava a região do meio-oriente, da Terra Santa. O reino de Israel estava na região setentrional e ficou com as outras 10 tribos, sendo sua capital a cidade de Samaria.
          Nos tempos do Profeta Elias, o povo hebreu que habitava o reino de Israel começou a se distanciar da sua fé e a venerar os ídolos pagãos, como Baal entre outros mais. Durante o reinado do rei israelita Ajab (877-854 antes de Cristo), Elias se viu chamado a servir a Deus como seu Profeta, convertendo-se num fervoroso defensor da verdadeira fé.
Assim, o Profeta Elias buscou convencer o ímpio rei Ajab a renegar os ídolos e aderir ao verdadeiro Deus, mas o rei não quis ouvi-lo. O profeta então predisse que, durante três anos, Israel não veria nem a chuva nem o orvalho, e que a seca e a fome se abateriam sobre Israel. Retirou-se depois para um lugar afastados nas proximidades de um riacho e, neste lugar, era alimentado por um corvo. Ao cabo de um ano, o arroio secou e Elias se dirigiu a Serepta de Sidón, ao norte da Terra Santa lá se estabelecendo na casa de uma pobre viúva. Mesmo carecendo de alimentos, com sua última porção de azeite e farinha preparou-lhe uma refeição. Depois disso, graças às orações que o Profeta dirigiu a Deus, nunca mais faltaram na casa da pobre viúva a farinha e o azeite e, por muito tempo, pode alimentar seu filho e seu hóspede. Quando a viúva de adoeceu repentinamente e faleceu, o Profeta a trouxe de volta à vida (3Reis 17).
          No reino de Israel, o principal local de adoração de Baal era o Monte Carmelo. Ao final de três anos e meio do início da grande seca, o Profeta Elias reuniu ali o rei Ajab, seus sacerdotes e o povo e disse-lhes: «Até quando ficareis mancando nas duas pernas? Se o Senhor é Deus, sigam a Ele, e se é Baal, então sigam Baal! Então, para que todos soubessem quem é o verdadeiro Deus, Elias propôs erguer dois altares, um para cada um deles, e que o novilho sacrificado fosse posto sobre eles, mas que o fogo não fosse aceso. Invocaria então, cada qual, seu Deus, para que enviasse do céu o fogo para acender as lenhas. O Deus invocado no altar em que o fogo fosse aceso seria adorado como Deus Verdadeiro. E todos concordaram com a proposta do Profeta. Primeiro, os sacerdotes de Baal invocaram seu deus, pedindo que lhes mandasse o fogo. Gritavam e dançavam em torno do altar durante um dia inteiro. Elias debochava deles dizendo que seu deus estava dormindo, e que deveriam gritar ainda mais forte. Ao anoitecer, Elias mandou que se reunissem todos diante de seu altar. Seguindo suas orientações, cavaram em torno do altar um buraco e encheram de água, molhando completamente a lenha a lenha preparada para o fogo. Assim foi feito para que ninguém tivesse qualquer dúvida do que aconteceria. Logo, o Profeta começou a rezar: «Escuta-me, Senhor, e faze que este povo também saiba que só Tu és o único Deus em Israel, e que eu sou teu servo». E desceu do céu um fogo, queimando toda lenha, as pedras do altar e o pó em torno do altar, fazendo evaporar toda a água que estavam na vala aberta em torno do altar. Ao presenciar o que acontecera, o povo aterrorizado caiu de joelhos e exclamavam: «O Senhor é Deus! O Senhor é Deus! Depois, capturaram todos os sacerdotes de Baal e os mataram, pois que, durante tanto anos, foram por eles induzidos ao engano. Pressionado pelo que havia acontecido, o rei Ajab e seu povo começaram a descer do monte. Então o céu se cobriu de nuvens e a chuva voltou, a primeira chuva depois de três anos de seca. Assim, muitos israelitas se converteram a Deus.
        Depois deste acontecimento, Jezebel, esposa de Ajab, começou a perseguir o Profeta que teve de esconder-se no deserto e, finalmente, chegou ao monte Horeb, próximo do Sinai. Neste lugar Elias teve uma visão; primeiro sentiu uma brisa suave, e logo viu Deus que lhe ordenou que ungisse Eliseu, que o sucederia como profeta (3Rs 19). Sua vida, como Profeta, teve um fim extraordinário: foi transportado ao céu numa carruagem de fogo (4Rs 2,11) na presença do profeta Eliseu que recebeu a capa do Profeta Elias com a qual realizou seu primeiro milagre. E, Elias, como o seu ancestral Henoc, foi conduzido em vida, alma e corpo, para o céu (Gn 5,24). Diz-se que, tanto o profeta Elias como Henoc retornarão à terra antes do final do mundo, para acusar o anti-Cristo, e serão martirizados em suas mãos.
         Elias, com seus grandes feitos, ajudou no estabelecimento da verdadeira fé, junto ao povo Israelita, destruindo a idolatria e preparando, portanto, a vinda de nosso Salvador ao mundo. A sua fervorosa defesa da fé, a sua absoluta
 obediência à vontade de Deus, a pureza e castidade de sua vida, a dedicação à oração e a contemplação dos mistérios divinos, são qualidades que distinguem este grande Profeta. Na Sagrada Escritura o profeta Elias aparece como o homem que caminha sempre na presença de Deus. O seu lema era «ardo de zelo pelo Senhor Deus dos exércitos». Seus contemporâneos o chamavam «O homem de Deus». «Então surgiu um profeta como um fogo cujas palavras era um forno aceso» (Ecl 48,1).
Leia mais sobre o Profeta Santo Elias AQUI.
Tradução e publicação neste site
com permissão de: Ortodoxia.org
Trad.: pe. André
Santo Elias, profeta, séc. IX a.C.
          O profeta Elias nasceu em Tisbé e foi contemporâneo do rei Acab e da rainha Jezabel. E morreu depois deles, julgando-se que ainda vivia no ano 850 antes de Cristo. Mas pouco mais se sabe. A sua memória perdurou como a de um homem de Deus,«Então surgiu um profeta como um fogo cujas palavras era um forno aceso» (Ecle. 48,1). O profeta é Elias. A Ordem do Carmo reconhece-o como seu pai e inspirador espiritual. Na verdade o primeiro grupo de Carmelitas ao fixar-se no Monte Carmelo escolheu viver no lugar junto à fonte de Elias. Este lugar forneceu o nome ao grupo – Carmelitas – e marcou profundamente o seu carisma. Elias, porém não foi um legislador ou organizador, não foi um chefe com inclinações para estruturar fosse o que fosse. Não escreveu nada sobre oração, não o vemos a passar longas horas em oração (embora certamente as tenha passado). Porém, o seu amor aos lugares solitários fez com que os habitasse e os enchesse de sentido com a sua presença de homem de Deus. No Carmelo um homem de Deus – Elias –, viveu apenas para Deus porque a única ocupação que vale a pena é contemplar a beleza de Deus.
         Para o peregrino que visitava a Terra Santa, o Monte Carmelo era o lugar onde Elias vivera. Elias escolhera a Montanha do Carmelo para, no silêncio e na solidão, saborear a presença de Deus; aí levou uma vida eremítica e travou uma grande e decisivo duelo contra os profetas de Baal, que levavam o povo de Israel à idolatria. No ponto mais alto do monte Elias venceu o desafio e provou aos israelitas (rei incluído) que Jahvé, o Senhor Deus, é o único e verdadeiro Deus, Elias é líder espiritual, mas essencialmente é um profeta e um homem de Deus. As suas primeiras palavras são como que um grito de guerra que saem da sua boca para afirmar: «Vive Deus!». Ao escolher viver no Monte Carmelo, nas proximidades da fonte de Elias, os Carmelitas exprimiam o desejo de imitar o Profeta, pois também eles desejam adorar o único Deus verdadeiro e mostrá-lo ao povo. O nome Elias significa «Deus é meu o Senho». A sua fé no único Deus – fé amadurecida na provação – impressionou muitíssimas gerações de homens e mulheres crentes. Na Sagrada Escritura o profeta Elias aparece como o homem que caminha sempre na presença de Deus…  O seu lema era «ardo de zelo pelo Senhor Deus dos exércitos
 

 Santo Apolinário - Mártir - 20 de Julho



O nome, o culto, e a glória de santo Apolinário são legados que recebemos da história, e também da arte de Ravena, a capital do Império Bizantino no Ocidente, no período entre meados do século I e o século II.


Existem, ali, duas grandiosas igrejas dedicadas a Santo Apolinário, ambas célebres na história da arte e do cristianismo. Na igreja nova de Santo Apolinário, no centro da cidade, encontramos o célebre mosaico representativo, mais extenso do que um quarteirão, com todos os mártires e as virgens. No destaque, encontra-se Santo Apolinário. Na outra igreja, fora da cidade, está o outro esplêndido mosaico, no qual, pela primeira vez, a figura de um Santo, e não a de Cristo, ocupa o centro de uma composição, circundado por duas fileiras de ovelhas. 




Apolinário, o primeiro bispo de Ravena, segundo a tradição, teria sua origem no Oriente. A mando do próprio apóstolo Pedro, de quem foi discípulo, foi enviado para converter os pagãos nas terras ao norte do Império Romano.



A sua obra de evangelização transcorreu num ambiente repleto de imensas dificuldades, fruto do ódio, do egoísmo, da incredibilidade que o cercavam, além do culto aos ídolos pagãos que teve de combater. Dedicou toda a sua vida ao apostolado. Embora representado sereno e tranquilo no mosaico da cidade, na realidade era um homem de vida dura, combativa e atuante. Apolinário sempre foi considerado um mártir. Mártir de um suplício muito longo, que foi todo o seu episcopado.



Foi enviado a Ravena para lá pregar a fé. Sua primeira obra, ao chegar àquela cidade, foi a de devolver a visão ao filho de um soldado ao qual ele havia pedido abrigo; alguns dias depois, curou a mulher de um tribuno, que padecia de uma doença incurável. Isso foi o suficiente para causar a conversão de um grande número de pessoas, e logo se formou na cidade uma cristandade florescente. Traduzido diante do governador pagão, Apolinário pregou Jesus Cristo, desprezou o ídolo de Júpiter e viu-se expulso da cidade pelo furor popular, que o deixou semimorto.



Após algumas pregações nos países vizinhos, Apolinário retornou a Ravena e foi à casa de um nobre patrício que havia mandado chamá-lo para curar sua filha, que estava à morte. Mas o apóstolo só apareceu no momento em que a doente deu o último suspiro. Chegando perto do leito fúnebre, o santo dirigiu a Deus uma fervorosa oração: “Em Nome de Cristo, minha jovem, levanta-te”, disse ele, “e confesse que não há outro Deus além d’Ele!” A moça levantou-se, cheia de vida, e exclamou: “Sim, o Deus de Apolinário é o Deus verdadeiro!” Em seguida a este novo prodígio, trezentos pagãos se converteram e receberam o batismo, a exemplo da moça e de seu pai.



Mas o sucesso cada vez maior do cristianismo em Ravena logo desencadeou novas perseguições contra o apóstolo de Jesus Cristo. Ele precisou submeter-se a um novo interrogatório, que serviu apenas para avivar ainda mais a sua coragem e a dar-lhe ocasião de explicar os mistérios da nossa fé. Apolinário teve que sofrer os mais atrozes suplícios, a flagelação, o cavalete, o óleo fervente, depois os horrores da fome numa prisão infecta. Mas Deus se encarregava de alimentá-lo através de Seus anjos. Os carrascos o exilaram na Ilíria. Este exílio deu-lhe condições de pregar a fé a novos povos e de espalhar, assim, a luz do Evangelho. A perseguição o reconduziu a Ravena após três anos de ausência.



Esta foi a última etapa de sua vida. Apanhado assim que desembarcou, Apolinário assombrou seus perseguidores ao fazer desabar, com apenas uma oração, o templo de Apolo. Devolveu a visão ao filho do seu juiz, dizendo-lhe:Em Nome de Jesus Cristo, abra os teus olhos e veja!” Uma multidão de pagãos se converteu à fé cristã; mas a raiva dos corações endurecidos apenas cresceu e logo Apolinário coroou sua vida com um martírio glorioso.



Ele não viu o resultado de sua obra, que só se revelou após a sua morte. A população da nova capital do Império Romano tornou-se exclusivamente cristã, reforçando suas raízes no próprio culto de seu primeiro bispo, considerado por eles um exemplo de santidade.



Dessa maneira se explica a grande devoção a ele, não somente em Ravena, mas em muitas outras localidades da Itália, da França e da Alemanha. Aliás, nessas regiões, foi amplamente difundida, devido os mosteiros beneditinos e camaldulenses que Apolinário ali fundara.



Apolinário morreu como mártir da fé no dia 23 de julho, durante as primeiras perseguições impostas contra os cristãos. Entretanto não se encontrou nenhuma referência indicando o ano e a localidade. Suas relíquias, encontradas nas catacumbas, foram enviadas para a catedral de santo Apolinário, em Ravena, na Itália. A tradicional festa de Santo Apolinário, Padroeiro de Ravena, em 23 de julho, foi mantida pela Igreja.



Segundo o Martirólogio Romano foi ordenado bispo por São Pedro e enviado a Ravena, onde foi martirizado por ordens de Vespasiano. O dies natalis, ou data do martírio, corresponde a 23 de julho, enquanto seu dia de santo é 20 de julho. Segundo outras lendas, teria vivido no século II e teria sido martirizado provavelmente durante o reinado do imperador Valente.



No local do martírio, no porto de Ravena, foi erguido no século VI a Basílica de Santo Apolinário em Classe. As relíquias do santo foram levadas no século IX para a cidade, para uma igreja que naquele momento foi batizada de Basílica de Santo Apolinário Novo, tendo somente regressados à antiga basílica no momento de sua reconsagração, em 1748.



ORAÇÃO: Deus eterno e todo-poderoso, que destes a Santo Apolinário a graça de lutar pela justiça até a morte, concedei-nos, por sua intercessão, suportar por vosso amor as adversidades e correr ao encontro de vós, que sois a nossa vida. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, na unidade do Espírito Santo. Amém!

20/07 – Santa Margarida
Margarida nasceu no ano 275 na Antioquia de Pisidia, uma florescente cidade da Ásia Menor. Órfã de mãe desde pequena e filha de um sacerdote pagão e idolatra, Margarida tinha tudo para jamais se aproximar de Deus, se “algo” não acontecesse. E algo divino aconteceu: o pai acabou confiando sua educação a uma ama extremamente católica e a vida de Margarida enveredou por outro caminho. Caminho que a levaria à santidade. Cresceu inteligente e muito dedicada às coisas do espírito. Mas o pai começou a perceber que ela não ia aos cultos ou mesmo ao templo, para participar dos sacrifícios aos deuses. Sem suspeitar que, à noite, ela participava de cultos cristãos. Como não podia sequer imaginar tal fato, alguém tratou de abrir seus olhos. Foi aí que começou o suplício de Margarida. Ele exigiu que ela abandonasse o cristianismo. Como ela se recusou, primeiro lhe impôs um severo castigo, mandando a jovem para o campo trabalhar ao lado dos escravos. Depois, como nem a força fazia a filha mudar de ideia, entregou-a ao prefeito local para que fosse julgada pelo “crime de ser cristã”. O martírio da jovem Margarida foi tão terrível e de resultados tão fantásticos, que se tornou uma das paginas da tradição cristã mais transmitida através dos séculos. Justamente por ter sido tão cruel, o povo se apegou de tal forma ao sofrimento da jovem que à sua narrativa se acrescentaram fatos lendários. O certo foi que primeiro ela foi levada à presença do juiz e prefeito e diante dele se negou a abandonar a fé cristã. Foram horas de pressão e tortura psicológica que, por fim, viraram tortura física. Margarida foi açoitada, depois teve o corpo colocado sobre uma trave e rasgado com ganchos de ferro. Dizem que a população e até mesmo os carrascos protestaram contra a pena decretada. No dia seguinte, ela apareceu sem o menor sinal de sofrimento à frente do governante. Este, irado com o estranho fato, determinou que ela fosse assada viva sobre chapas quentes. Novamente a comoção tomou conta de todos, pois nem assim a jovem morria ou demonstrava sofrer. Diz a tradição, que Margarida teria sido visitada no cárcere pelo Satanás, em forma de um dragão que a engoliu. Mas, Margarida conseguiu sair do seu ventre, firmando contra ele o crucifixo que trazia nas mãos. Ela foi então jogada nas águas de um rio gelado. Quando saiu de lá viva, com as correntes arrebentadas e sem sinal das torturas aplicadas, muita gente ajoelhou-se, converteu-se e até se ofereceu para morrer no lugar dela. Mas o prefeito enfurecido mandou que a decapitassem. Ela morreu no dia 20 de julho de 290, com a idade de quinze anos. O seu corpo foi recolhido e levado para um lugar seguro, onde foi enterrado pelos cristãos convertidos, passando a ser venerada em todo o Oriente. No século X foi trasladado para a Itália e desde então seu culto se difundiu também em todo o Ocidente. De tal modo, que Santa Margarida foi incluída entre os “Catorze Santos Auxiliadores”, aos quais o povo cristão recorre pela intercessão nos momentos mais difíceis. Santa Margarida e solicitada para proteger as grávidas dos partos difíceis.
Outros Santos do mesmo dia: São Apolinário, Santa Liberata, São José Barsabás, São Aurélio de Cartago, Santos Flaviano e Elias, Santo Vilmaro, São Anseges, Santo Elias, Beata Francisca do Coração de Jesus e Beata Rita Dolores Pujalte Sanches.
 
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