SANTA MARINHA
Ver 18 de Julho
Foi encaminhada pelo Divino
Espírito para a Galiza. Aí, depois de ter servido a
uma lavradeira, perto da cidade de Orense, foi depois
perseguida por ser cristã. Primeiramente a açoutaram até lhe dilacerarem as
carnes. Em seguida foi descarnada com pentes de ferro. depois encarcerada em
uma escura masmorra, sendo aí visitada e curada por um anjo. Queimaram-lhe
depois as costas e os peitos com ferros em brasa, e prendendo-a de pés e mãos a
lançaram num tanque de água donde, saindo milagrosamente livre, foi metida em
uma fornalha embravecida com chamas, as quais, separando-se para os lados, nem
sequer a tocarem levemente. Foi por isso degolada em Águas Santas,
perto da cidade de Orense, na Galiza, onde El-rei
D. Afonso, o Magno, mandou edificar uma Igreja dedicada
ao seu culto
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HISTORIA DAS 9 IRMÃS GÉMEAS
Reproduzimos o que em 1722 publicou
o monge beneditino de Pombeiro, Frei Bento de Ascensão.
«Pelos anos da era de Cristo, 120,
nasceu Santa Quitéria na cidade de Braga. Seu
pai, Lúcio Caio Atílio Severo, era Régulo duma
das muitas províncias, em que nesse tempo estava dividido o Império
Romano, a qual se compunha de parte da antiga Lusitânia
e de parte da Galiza. Residia este na cidade de Braga.
Era casado com D. Cálcia Lúcia, ambos de famílias muito
ilustres, porém idólatras e gentias. O Altíssimo, por um
milagre da sua Providência, permitiu que Cálcia,
depois de ser estéril por muitos anos, concebesse e trouxesse reclusas em seu
ventre, nove meninas contra a ordem comum dos partos.
Completos os nove meses, Cálcia (na
ocasião em que seu marido estava ausente, fazendo corte ao Imperador Adriano,
que andava viajando pela península) deu à luz as nove
meninas, que nasceram tão perfeitas como esposas que haviam
de ser do Cordeiro Imaculado. Vendo-se Cálcia
mãe de nove filhas, dadas à luz dum só parto, dominada
pela superstição, ou pelos prejuízos terríveis daqueles tempos, concebeu um
projecto que só as fúrias infernais a quem adorava lho podiam inspirar; por
isso, que causa horror até às mesmas feras. Para se subtrair às sátiras do
mundo e à indignação de seu marido, Cálcia concebe a infernal
resolução de mandar afogar as meninas, sem exceptuar nenhuma. Comunica o seu
execrando projecto à única pessoa que lhe tinha assistido o parto, a Cita,
devota donzela e cristã oculta, e, depois de a obrigar
a guardar o mais rigoroso segredo, ordena-lhe que faça primeiro divulgar a
notícia de que ela tivera infeliz sucesso no parto, e que, depois de a família
estar recolhida, aproveitando-se do escuro da noite, saísse do paço e fosse
mergulhar as nove meninas em um dos poços do rio Este,
que corre nos subúrbios de Braga. Querendo, pois, e
determinando a desumana mãe que morressem as inocentes filhas, o misericordioso
Deus, que pela sua grande clemência costuma, muitas vezes, de
grandes males tirar grandes bens, inspirou no coroação da virtuosa Cita
o desejo de salvar a vida do corpo, e dar a vida às almas de tão belas e
formosas meninas, e tendo oportunidade para pôr em execução o seu piedoso
intento, ajudada da Divina Providência, foi levar as meninas a
santo Ovídio, arcebispo de Braga, (ver
3 de Junho), o qual, administrando-lhes o sacramento do Baptismo,
lhes pôs os nomes seguintes: Genebra, Vitória, Eufémia, Marinha,
Marejana (ou Marciana), Germana, Basília (ou Basílica), Quitéria e Liberata (ou
Vilgeforte), como outros lhe chamam. Depois que as santas meninas
foram regeneradas na sagrada fonte do baptismo, a compassiva Cita
procurou nos arrabaldes de Braga amas cristãs para as criarem
e educarem na lei e religião de Cristo, incumbindo-se o santo Arcebispo
de satisfazer toda a despesa. Cada uma destas amas procurava em religiosa
emulação cumprir com os seus deveres, tanto pelo que respeitava ao alimento do
corpo, como ao desenvolvimento do espírito. A religiosa educação, que as nove
meninas receberam na sua infância, produziu um tão grande domínio em
seus corações que, em todo o decurso da vida e até ao fim dela, sempre puseram
em prática as santas virtudes, e calcaram aos pés as grandezas e vaidades do
mundo, só com o fim de lucrarem a Jesus Cristo. A sua vida
virtuosa e quase angélica era admirada nos subúrbios de Braga,
e por todos os arredores se falava das raras virtudes e singular perfeição das nove
meninas. Chegando ao conhecimento destas angélicas meninas o perigo a
que tinham, estado expostas, quem eram, e qual fora o seu admirável nascimento
e a bárbara determinação de sua ímpia mãe, de entregá-las à morte em tempo que
apenas entravam na vida, e do modo como Deus, pela sua Divina
Providência, as livrara da morte, não só do corpo mas também da alma,
por meio do sagrado Baptismo; em agradecimento de tão grandes
benefícios, resolveram estas gloriosas virgens, estas santas irmãs, deixar de
todo o mundo e habitar juntas na mesma casa, como em clausura, para assim
melhor servirem e agradarem a Deus, resistirem com maior
fortaleza aos seus inimigos, e crescerem, mais na virtude e na castidade com o
exemplo umas das outras. Obtida a aprovação e consentimento do Santo
Arcebispo Ovídio, a quem respeitavam e obedeciam, como seu mestre,
director e pai, viveram alguns anos, estas amantes esposas de Jesus
Cristo, nos arrabaldes da cidade de Braga, recolhidas
na sua casa, como em um convento, entregando-se ao exercício de todas as
virtudes, sendo a vida de cada uma um raro espelho de santidade, para todos os
cristãos daquela terra, não se falando, por todos aqueles arredores, em outra
coisa, senão na sua santa vida, que aquelas tenras e delicadas donzelas
passavam naquele retiro. Todos se admiravam de que – entre tanta
formosura e outros dons da natureza – houvesse tanta virtude, tanto
recolhimento, resguardo e cautela. Abrasadas estas santas meninas no fogo do
amor divino, cada qual de per si, e umas na presença das outras, fizeram todas
voto de castidade, consagrando a sua virginal pureza àquele soberano Senhor
que as fizera nascer dum tão milagroso parto, e depois de nascidas as
livrara da morte, que sua mãe lhes mandara dar, criando-as e sustentando-as até
ali, com providência tão particular. Fechando pois os olhos ao mundo, e
empregando-se só em seu Divino Esposo, Lhe sacrificaram as
suas almas e juntamente com elas os seus corpos, vivendo, naquele tenra idade,
estas esposas de Jesus Cristo, santas nos costumes, puras nos
corpos, e abrasadas nas almas com as chamadas da caridade e com o fogo do
Amor Divino.
Esta foi a criação e a virtuosa vida destas nove
irmãs, nos arrabaldes de Braga, onde viveram nove
ou dez anos, e com tanta perfeição, como se já estivessem no céu,
imitando os anjos na pureza, os querubins no fervor e os serafins no amor, e
finalmente todas cheias de fervorosos desejos de passarem a gozar da presença
do seu Divino Esposo, por meio da ilustre palma do martírio, e
para o conseguirem dirigiam ao céu fervorosas súplicas. Estas foram atendidas e
os seus desejos satisfeitos. Foi por esta ocasião que se levantou uma cruel e
terrível perseguição, renovando-se o cruel édito já principiado por Nero, cujo
fim era extinguir totalmente do mundo o adorável Nome de Jesus Cristo.
Em Braga e mais terras sujeitas ao Império Romano, se publicou
solenemente, mandando-se nele com pena de morte, que se adorassem os ídolos e
extinguisse o Cristianismo. Logo que este decreto chegou ás
mãos do Régulo de Braga, mandou-o publicar em todas as
cidades do seu domínio, enviando ministros para diferentes terras, com ordens
terminantes para obrigarem os fieis a adorarem os falsos ídolos, e quando eles
não quisessem, fossem conduzidos à sua presença, para lhes serem aplicados os
castigos. Espalhando-se os infernais ministros da justiça pelos arrabaldes e
becos de Braga, dirigiam-se à casa onde viviam as nove
irmãs, e encontrando esta santa comunidade de virgens,
certificados de que elas eram cristãs, levaram-nas presas à presença do Régulo
Bracarense que então estava na antiga cidade de Tide,
situada na margem esquerda do Rio Minho, a pequena distância
da praça de Valença. Com muita alegria caminhavam as santas
meninas ansiosas por serem apresentadas no tribunal, para serem
julgadas e sentenciadas pelo Régulo, seu pai. Este, apesar de
ainda as não reconhecer por suas filhas, ficou logo muito
impressionado com a modéstia, humildade e rara formosura das nove
donzelas, e tratando-as com brandura e afabilidade lhes fez diferentes
perguntas relativas à sua pátria, pais e religião que professavam, e se estavam
resolvidas a dar cumprimento ao que mandavam os imperadores, adorando os deuses
imortais, conservadores do seu império. Santa genebra tomou a palavra e
respondeu em nome de todas: «A nossa pátria, senhor, é a cidade de
Braga; se desejais saber de onde descendemos, podereis acreditar que em nossas
veias circula o sangue da principal nobreza desta província; pois que todas
somos tuas filhas e de Cálcia, tua consorte… Enquanto à religião que
professamos, sabe que todas adoramos Jesus Cristo, Filho de Deus vivo, com quem
nos desposamos pelo Baptismo; e que todas estamos resolvidas e prontas a dar o sangue
das próprias veias pela confissão do seu Santo Nome, ainda que à custa dos
maiores tormentos». Contou-lhe em seguida as circunstâncias do seu
nascimento, e o modo porque escaparam à morte, a que a mãe as condenara. Fê-lo
ciente da sua criação, dos seus propósitos e de resolução em que todas
perseveravam firmes, e concluiu dizendo: «Aqui estamos na tua presença;
dispõe de nós como melhor te parecer”. E tanto ela como as irmãs
ficaram com uma aprazível e celeste serenidade. Não há termos com que se possa
explicar a impressão que esta notícia produziu no coração do Régulo
bracarense.
Recorda-se de algumas coisas passadas, que o
movem a acreditar o que ouvira… Atílio muda de cor por
diferentes vezes… Não pôde encobrir a inquietação que sente dentro do peito…
Suspende logo o acto judicial, e manda retirar os ministros, ficando só com as
meninas e com Cita, que as acompanhava. Tira-lhes dos pulsos
as algemas e conduzindo-as ao interior do palácio, chama Cálcia,
sua mulher, e conta-lhe tudo o que ouvira a Genebra. Cálcia
fica cheia de confusão e medo, e ainda mais, quando ouve da boca de Cita,
o modo como conservara a vida do corpo, e dera vida ás almas daquelas
inocentes… Cálcia não se atreve a negar, antes confessa como
tudo tinha sucedido. Logo que foram reconhecidas por filhas, tanto o pai como a
mãe soltaram as rédeas aos afectos naturais… Abraçam, uma por uma, as ternas
meninas, cobrem-nas de beijos, empregam toda a autoridade e arte para as
persuadir que, abjurando o Cristianismo, adorassem os ídolos…
Ponderou-lhes a alta qualidade dos seus ascendentes, a abundância das riquezas,
o amor e desvelo com que procurariam, para cada uma, dignos esposos, com quem
pudessem gozar, contentes, das prosperidades e bens do mundo. Porém, as nove
meninas, com uma firmeza e constância inabalável, desprezaram todas as
promessas, e permaneceram firmes na sua resolução. Vendo o Régulo frustrados
todos os esforços que o amor de pai e a fé de idólatra lhe subministraram a fim
de apartar as filhas da religião cristã, que tinham bebido com
o leite, encheu-se de indignação, e parecendo-lhe que acabariam com ameaças, o
que não podiam as carícias paternais, começou a prometer martírios, jurando
pelos seus deuses que lhes tiraria a vida, à força dos tormentos mais
esquisitos, se desprezassem as suas determinações, e se não se resolvessem de
pronto a oferecer sacrifícios aos deuses do império. Serenou Cálcia
estas furiosas iras de Atílio, e conseguiu dele, a poder de
rogos, que se lhes desse algum tempo para considerarem aquilo que deviam
escolher, esperando que, como meninas, tomariam outra resolução, depois de
serem reconhecidas por suas filhas e destinadas para esposas dalguns mancebos
nobres, formosos e ricos, e de comum acordo as deixaram sós, encerradas em um
dos salões do seu palácio.
Depois que seus pais se retiraram, as nove
meninas, prostradas ante a presença do Altíssimo, Lhe
suplicaram com toda a candura das suas almas angélicas, que lhes inspirasse o
modo como haviam de dirigir os seus passos no caminho da vida, e lhes desse
constância e fortaleza, para nunca anuírem a tão detestáveis proposições; nem
temerem a morte, que por instantes as esperava. As suas preces foram
prontamente ouvidas e as fervorosas súplicas favoravelmente despachadas. Lá por
entre a escuridão da noite, uma brilhante claridade vem iluminar aquela prisão;
desce um Anjo do Senhor, que vem confortar as suas fieis
esposas naquela tribulação, e, depois de lhes fazer conhecer o perigo, em que
estão, de apostatar da religião santa, lhes intima da parte de Deus a
ordem de fugirem, quanto antes, daquela casa, e de seguir cada uma a direcção
que o Senhor lhe inspirar. O mesmo anjo, que
lhes intimou a ordem do céu, lhes facilitou a saída do palácio, sem que alguém
desse fé da ausência delas. Caminharam, todas juntas por algum tempo, por entre
as trevas e silêncio da noite, até que assentaram entre si apartarem-se umas
das outras, e antes de darem mutuamente o abraço de despedidas, santa
Liberata, levantando as mãos e os olhos ao céu, proferiu a seguinte
súplica: «Senhor meu, Jesus Cristo, que permitistes nascêssemos todas
em um dia, e, livrando-nos do trânsito da morte, nos destes nova vida da graça,
pedimo-Vos, Senhor, pela vossa divina misericórdia, e pelo eterno e
incomparável amor com que nos amastes, sejais, meu Deus, servido levar-nos
todas ao descanso eterno, e não consintais, meu bom Jesus, que se apartem do
caminho da glória aquelas que tão unidas foram enquanto viveram na terra».
Todas com o mesmo espírito e com a mesma fé responderam: Ámen.Deram
os últimos abraços umas às outras, em sinal de recíproco amor, e como quem se
despedia para se não tornar a ver na vida mortal, se despediram as angélicas
meninas, dirigindo-se cada uma para onde o divino Esposo as encaminhou, e
apesar dos esforços empregados pelo pai e pelos domésticos e vizinhos, que
foram logo em procura delas, apenas puderam apanhar Santa Quitéria,
com algumas pessoas que a acompanhavam: todas as mais conseguiram
evadir-se para diferentes terras.
Beata Tarcísia (Olga) Mackiv, virgem e mártir
Olga
Mackiv nasceu em 23 de março de 1919 na aldeia de Khodoriv, na região
ucraniana de Lviv. Em 3 de março de 1938, ingressou no Instituto das
Irmãs Servas de Maria Imaculada.
Dois anos e meio depois, no dia 5 de novembro de 1940, ela fez seus
primeiros votos e recebeu o nome religioso de Tarsykia (Tarcísia).
Priora do seu convento até a chegada dos comunistas em Lviv, Irmã
Tarcísia fez um voto privado, na presença de seu diretor espiritual, o
Padre Volodomyr Kovalyk, aceitando sacrificar sua própria vida para a
conversão da Rússia e para o bem da Igreja Católica.
Determinados
a destruir o mosteiro, na manhã de 17 de julho de 1944, os bolcheviques
tocaram a campainha do convento de Krystynopil e mataram Tarcísia com
um tiro por ela ter defendido a jóia da virgindade e da sua fé.
Ela
foi beatificada por João Paulo II em 27 de junho de 2001, juntamente
com 24 outras vítimas do regime soviético de nacionalidade ucraniana.
São Filástrio
Hoje é dia de São Filástrio, bispo. Nada
se sabe sobre sua nacionalidade, a não ser que dela se desfez,
juntamente com a casa e a herança dos pais, para viver como andarilho,
combatendo os infiéis e os hereges, especialmente os arianos.
Combateu-os em Milão, em Roma e em Bréscia – que o escolheu para ser seu
bispo.
Escreveu o Catálogo de Heresias para
prevenir seu rebanho contra os perigos dos erros na fé. Santo Agostinho
com ele se encontrou, junto com Santo Ambrósio, por volta do ano 384.
Morreu na presença de Santo Ambrósio,
antes do ano de 397. São Filástrio é modelo de modéstia, de amabilidade e
de zelo pela pureza da fé contra as heresias e as falsas
interpretações.
Santo Emiliano,
mártir
Em Doróstoro, na Mésia, hoje Silistra, na Bulgária, Santo Emiliano,
mártir, que, indiferente aos editos de Juliano o Apóstata e às ameaças
do seu vigário Catulino, destruiu o altar dos ídolos para impedir o
sacrifício e, por isso, atirado para uma fornalha, recebeu a palma do
martírio.
(† 362)
São Bruno de Segni (18 de Julho)
Bispo de Segni, na
Itália, nascido em Solero, Piemonte, cerca de 1048; morreu em 1123.
Bispo beneditino, servindo como bibliotecário do Vaticano e núncio
cardeal. Ele recebeu sua educação primária em um mosteiro beneditino de
sua cidade natal. Após completar seus estudos em Bolonha e receber a
ordenação, foi feito um cânone de Sienna. Na apreciação de sua grande
erudição e piedade eminente, foi chamado a Roma, onde, como um
conselheiro capaz e prudente, seu conselho foi procurado por quatro
papas sucessivos.
Em um sínodo realizado em Roma em 1079 obrigou
Berengário de Tours, que negava a presença real do Senhor na
Eucaristia, a retratar sua heresia. Ele gozava da amizade pessoal de
Gregório VII, e foi consagrado Bispo de Segni por ele no Campagna de
Roma, em 1080. Sua humildade o levou a recusar o cardinalato. Ele é
chamado de "o defensor brilhante da igreja" por causa da coragem
invencível evidenciada em ajudar Gregório VII e os papas que o sucederam
em seus esforços para a reforma eclesiástica e, especialmente, na
denúncia de investidura leiga, que ele mesmo declarou ser herética.
Ele acompanhou o Papa Urbano II em 1095, com o Concílio de Clermont, em
que a Primeira Cruzada foi inaugurada. Em 1102 ele se tornou um monge
de Monte Cassino e foi eleito abade, em 1107, sem, no entanto, renunciar
ao seu cargo episcopal. Com muitos bispos da Itália e da França, Bruno
rejeitaou o tratado conhecido na história como o "Privilegium", que
Henrique V da Alemanha tinha extorquido Papa Pascoal II durante sua
prisão. Em carta dirigida ao papa, francamente censurou-o por concluir
uma convenção que concedeu ao rei alemão, em parte, o pedido
inadmissível para o direito de posse do anel e báculo sobre bispos e
abades, e exigiu que o tratado deveria ser anulado. Irritado com sua
oposição, Pascoal II ordenou que Bruno desistisse de sua abadia e
retornasse a sua sé episcopal.
Com zelo incansável, ele
continuou a trabalhar para o bem-estar de seu rebanho, bem como para o
interesse comum da Igreja em geral, até sua morte. Foi canonizado pelo
papa Lúcio III em 1183. Sua festa é celebrada no dia 18 de julho. São
Bruno foi o autor de numerosas obras, principalmente das Escrituras.
Destes devem ser mencionados os seus comentários sobre o Pentateuco, o
Livro de Jó, Salmos, os quatro Evangelhos e o Apocalipse.
FREDERICO DE UTRECHT Bispo, Mártir, Santo († 838)
SANTA SINFOROSA E SEUS SETE FILHOS, Mártires.
Na Via Tiburtina, vivia uma senhora chamada Sinforosa
com os seus sete filhos chamados Crescêncio, Julião, Nemésio, Primitivo,
Justino, Estácio e Eugênio. Ela vivia perto da majestosa vila do imperador
Adriano, o qual havia ordenado a morte de seu marido, o tribuno Getúlio, do
cunhado Amâncio e do amigo deles, Primitivo.
Após ter terminado a
construção de sua grandiosa vila, o imperador Adriano antes de inaugurá-la
desejou consultar os deuses, os quais lhe disseram: A viúva Sinforosa e seus
filhos nos atormentam diariamente invocando seu Deus. Se ela e os filhos
oferecerem sacrifício, prometemos dar-lhe tudo o que pedir. Adriano chamou
então o prefeito Licínio e ordenou que Sinforosa fosse presa e conduzida com
seus filhos ao templo de Hércules.
Depois, com lisonjas, ameaças
e chantagens, procurou fazê-la desistir de sua Fé e a sacrificar aos ídolos,
mas a Santa com nobre ânimo seguia o exemplo de Getúlio e dos companheiros de
martírio de seu esposo. Vendo que a mulher não se submetia aos seus desejos,
o imperador renovou a ordem de junto com seus filhos ela sacrificar aos deuses
pagãos, senão todos seriam condenados à morte, mas Sinforosa foi irremovível,
como também seus sete filhos.
Visto serem vãs todas as
tentativas, o imperador ordenou que Sinforosa fosse torturada. Finalmente, ele
deu ordem aos guardas para amarrarem uma grande pedra ao pescoço de Sinforosa e
para lançá-la no Rio Anjo (Aniene).
Chegou a vez de seus filhos.
O imperador ordenou que fossem conduzidos ao templo onde tentaram convencê-los
a aceitarem os ídolos, mas como se negassem a fazê-lo, os sete foram torturados
e, em seguida, cada um deles sofreu um tipo de martírio diferente: Crescêncio
foi esfaqueado na garganta, Julião, no peito, Nemésio, no coração, Primitivo foi
ferido no umbigo, Justino, nas costas, Estácio, no flanco e Eugênio foi cortado
em dois, de cima a baixo. Os corpos foram atirados numa vala comum no lugar que
os sacerdotes pagãos passaram a chamar de "Ad septem Biothanatos"
(palavra grega antiga utilizada para suicidas e, no caso dos pagãos, para
denominar os cristãos que sofriam o martírio).
Dois anos depois, tendo
acalmado o furor dos perseguidores contra os cristãos, seu irmão Eugênio, que
era membro do conselho de Tibur (Tiburtino = Tivoli), recolheu os corpos e os
sepultou nos arredores da cidade.
No século XVII, Antônio Bosio
descobriu as ruínas de uma basílica num lugar popularmente chamado de "le
sette fratte" (uma corruptela de "os sete irmãos") na Via
Tiburtina, a quatorze quilômetros de Roma. Os "Atos" e o martirológio
concordam que este era o local do túmulo de Sinforosa e seus filhos.
Descobertas posteriores, que não deixam dúvidas de que a basílica foi
construída sobre o túmulo deles, foram feitas por Stevenson. As relíquias foram
transladadas para Sant’Angelo in Pescheria, em Roma, por ordem do Papa Estêvão
II em 752. Um sarcófago foi descoberto no local em 1610 com a seguinte
inscrição: “Aqui jazem os corpos dos santos mártires Sinforosa, seu marido
Zótio (Getúlio) e seus filhos, transferidos pelo papa Estêvão”.
Nos dias atuais há uma igreja
dedicada a Santa perto de Bagni di Tivoli.
Etimologia: Sinforosa, do latim, provavelmente
Symphorosa, derivado do grego symphorá: “sucesso, fortuna, sorte, destino”.
18/07 – Santo Arnolfo de Metz
Arnolfo
nasceu em Metz, na antiga Gália, agora França, no ano 582. A sua família era
muito importante, cristã e fazia parte da nobreza. Ele estudou e casou-se com
uma aristocrata, com a qual teve dois filhos. A região da Gália era dominada
pelos francos e era dividida em diversos reinos que guerreavam entre si. Isso
provocava grandes massacres familiares e corrupção. Um destes reinos era o da
Austrasia, do rei Teodeberto II, para o qual Arnolfo passou a trabalhar. Mas
quando este rei morreu, todos os seus descendentes e familiares foram
assassinados à mando do rei dos francos Clotário II, que incorporou a região
aos seus domínios. Era neste clima que vivia Arnolfo, um homem de fé
inabalável, correto e justo. O rei Clotário II, agora soberano de um extenso território,
conhecendo a fama da conduta cristã de Arnolfo o tornou seu conselheiro.
Confiou-lhe também a educação de seu filho Dagoberto, que se formou dentro dos
costumes da piedade e do amor cristão. Tal preparo fez de Dagoberto um dos reis
católicos mais justos da História, não tendo cometido nenhuma atrocidade
durante o seu governo. Além disto, o rei Clotário II nomeou Arnolfo, bispo de
Metz, que acumulou todas as atribuições da corte. Uma bela passagem ilustra bem
o caráter deste homem, que mesmo leigo se tornou um dos grandes bispos do seu
tempo. Temendo não ser digno do cargo, por causa dos seus pecados, atirou seu
anel no rio Mosella, dizendo: “Senhor, se me perdoas, fazei-o retornar”. O anel
retornou dentro do ventre de um peixe. Esta tradição cristã, ilustra bem a
realidade de sua época, onde era difícil não pecar, especialmente para quem
estava no poder. Naquele tempo, as questões dos leigos e do celibato não tinham
uma disciplina rigorosa e uniforme dentro da Igreja, que ainda seguia
evangelizando a Europa. Arnolfo não foi o primeiro pai de família a ocupar este
posto, nesta condição. Como chefe desta diocese, Arnolfo participou dos
concílios nacionais de Clichy e de Reims. Mais tarde, o seu filho Clodolfo, se
tornou bispo e assumiu a diocese de Metz, enquanto o outro, chamado Ansegiso,
se tornou um dos primeiro “mestres de palácio”, da chamada era carolíngia.
Depois de algum tempo Arnolfo abandonou, o bispado e o cargo na corte, para
ingressar no mosteiro fundado pelo seu amigo Romarico, outro que havia
abandonado a corte e o rei. Desta maneira serena, Arnolfo viveu o resto de seus
dias, dedicando-se às orações, penitência e caridade. Arnolfo morreu no dia 18
de julho de 641, naquele mosteiro. Assim que a notícia chegou em Metz, os
habitantes reclamaram o seu corpo, depositando-o na basílica que adotou, para
sempre, o seu nome.
São
Francisco Solano
Francisco Solano nasceu em 1549, na
Espanha. Filho de pais cristãos, ele foi batizado no mesmo dia do nascimento.
Estudou no Colégio dos Jesuítas. Era um jovem sensível, vigoroso, dotado de
vontade firme e logo conquistava a estima de todos. Aos 20 anos de idade entrou
para a Ordem Franciscana e foi um frade exemplar. Como seu sonho era trabalhar
em terras de missão, quando Felipe II pediu um reforço de missionários,
Francisco foi um dos escolhidos para ir para o Peru. Na viagem seu navio foi
colhido por uma tempestade e veio a encalhar num banco de areia. Vendo e
compadecendo-se do modo como os escravos que viajavam no navio eram tratados,
ele renunciou ao lugar que lhe tinha sido dado no barco de salvamento, para
ficar com os escravos, confortando-os e evangelizando-os. Após dois meses um
navio os recolheu, e eles foram levados para Lima. Durante 15 anos Francisco
Solano andou pelo novo continente, evangelizando e fazendo pelas Índias
Ocidentais o que São Francisco Xavier fez pelas Índias Orientais. Seu zelo
pelos povos da América era alimentado pela oração e espírito de humildade. Para
denunciar os abusos praticados contra os índios, para pregar contra a corrupção
e predizer acontecimentos sombrios se não houvesse uma mudança de vida e de
atitudes, Francisco Solano usava muitas vezes o tom enérgico dos profetas do
Antigo Testamento. Para melhor evangelizar, aprendeu várias línguas indígenas.
Uma de suas principais características era a alegria. Nunca ninguém o viu
triste nem acabrunhado. Seu lugar predileto era a igreja onde permanecia horas
inteiras em adoração ao Santíssimo. Com a finalidade de restabelecer a
disciplina interior da Ordem, ele passou os últimos anos de sua vida em Lima,
como superior dos Jesuítas. Morreu no dia 14 de julho de 1631 e foi canonizado
em 1726. Três países da América Latina o escolheram como padroeiro: Argentina,
Uruguai e, naturalmente, o Peru.
Hoje São Francisco Solano, que
superou as dificuldades geográficas, de língua e de cultura para
solidarizar-se com a dor dos oprimidos e falar a eles de Deus, traz uma
proposta para os missionários de hoje: Aprender a contemplar o mundo,
familiarizar-se com sua linguagem, seus costumes e suas atitudes, não para
curvar-se, mas para dialogar com ele, para mostrar-lhe o rosto luminoso do Pai
e, a partir da Palavra de Deus, descobrir, não um caminho novo, porque caminho
é um só – Jesus – mas um novo jeito de caminhar e novas maneiras de
evangelizar.
BEATO Frei Bartolomeu dos Mártires
Bispo de Viana e arcebispo de Braga, nasceu em maio de 1514, em Lisboa, e ingressou na Ordem Dominicana em 1548. Dez anos mais tarde, terminou os seus estudos e ordenou-se sacerdote. Até à sua nomeação como arcebispo de Braga (1558) dedicou-se ao ensino. Enquanto professor teve como aluno, entre outras figuras do seu tempo, D. António, Prior do Crato, futuro pretendente ao trono na crise dinástica de 1578-1580.
Deixou-nos mais de trinta escritos, dos quais se salientam: Stimulus Pastorum (com 21 edições); Catecismo da Dourina Cristã (com 15 edições) e Compendium Spiritualis Doctrinae (com 10 edições).
Participou no Concílio de Trento, nos anos de 1562 e 1563, onde se fez notar não só pela defesa do primado peninsular da arquidiocese bracarense, mas também na defesa de uma reforma da Igreja urgente e eficaz. Foi, neste sentido, o primeiro prelado a promulgar os decretos tridentinos, aquando da reunião de um sínodo diocesano de Braga, em 1564. Dois anos depois, organizou o 4.º Concílio Provincial Bracarense, onde se redefiniram e ajustaram os decretos tridentinos segundo as necessidades existentes na província da sua arquidiocese. Mesmo contra um conjunto de várias oposições, instaurou a reforma na Igreja, ao nível claro da sua arquidiocese, não deixando de influenciar muitas outras. Como linhas de força da sua ação, pretendia formar um clero zeloso e culto, que moralizasse os fiéis e administrasse os bens e os partilhasse pelo povo mais carenciado. Numa época em que a peste arrasava de uma forma avassaladora o povo português, levou mesmo a sua caridade ao extremo, chegando a dar as suas vestes e até mesmo a própria cama.
Como prelado preocupado com a formação do clero e suas reforma de disciplina, costumes e vida eclesiástica, reordenou o Colégio de São Paulo em Braga, definindo os seus programas de ensino de acordo com os princípios imanados em Trento relativos à instrução do clero. Ainda neste âmbito, introduziu e fundou as cadeiras de Casos da Consciência em Braga, em Viana do Castelo e no Seminário Conciliar Bracarense, com o fim de formar o clero segundo as ideias de reforma que defendia. Participou nas cortes de Tomar de 1580, com os arcebispos de Lisboa e Évora. A 20 de fevereiro de 1582, retirou-se das suas funções eclesiásticas, resignando assim também a mitra primacial de Braga.
Faleceu a 16 de julho de 1590, no convento dominicano de Santa Cruz que havia fundado em Viana do Castelo. O seu último suspiro foi o culminar de uma vida regrada e indesmentivelmente cristã; o povo da cidade limiana guardou ciosamente o seu corpo, com armas até, para que os bracarenses não o levassem para a sede da arquidiocese de Braga. Foi beatificado a 4 de novembro de 2001, em Roma, pelo Papa João Paulo II.
Foi objeto de uma biografia, em 1619, intitulada a Vida de Frei Bartolomeu dos Mártires , da autoria de Frei Luís de Sousa (fidalgo de nome Manuel de Sousa Coutinho que professara na Ordem Dominicana, após resignação ao casamento com D. Madalena de Vilhena, anteriormente casada com D. João de Portugal).
Deixou-nos mais de trinta escritos, dos quais se salientam: Stimulus Pastorum (com 21 edições); Catecismo da Dourina Cristã (com 15 edições) e Compendium Spiritualis Doctrinae (com 10 edições).
Participou no Concílio de Trento, nos anos de 1562 e 1563, onde se fez notar não só pela defesa do primado peninsular da arquidiocese bracarense, mas também na defesa de uma reforma da Igreja urgente e eficaz. Foi, neste sentido, o primeiro prelado a promulgar os decretos tridentinos, aquando da reunião de um sínodo diocesano de Braga, em 1564. Dois anos depois, organizou o 4.º Concílio Provincial Bracarense, onde se redefiniram e ajustaram os decretos tridentinos segundo as necessidades existentes na província da sua arquidiocese. Mesmo contra um conjunto de várias oposições, instaurou a reforma na Igreja, ao nível claro da sua arquidiocese, não deixando de influenciar muitas outras. Como linhas de força da sua ação, pretendia formar um clero zeloso e culto, que moralizasse os fiéis e administrasse os bens e os partilhasse pelo povo mais carenciado. Numa época em que a peste arrasava de uma forma avassaladora o povo português, levou mesmo a sua caridade ao extremo, chegando a dar as suas vestes e até mesmo a própria cama.
Como prelado preocupado com a formação do clero e suas reforma de disciplina, costumes e vida eclesiástica, reordenou o Colégio de São Paulo em Braga, definindo os seus programas de ensino de acordo com os princípios imanados em Trento relativos à instrução do clero. Ainda neste âmbito, introduziu e fundou as cadeiras de Casos da Consciência em Braga, em Viana do Castelo e no Seminário Conciliar Bracarense, com o fim de formar o clero segundo as ideias de reforma que defendia. Participou nas cortes de Tomar de 1580, com os arcebispos de Lisboa e Évora. A 20 de fevereiro de 1582, retirou-se das suas funções eclesiásticas, resignando assim também a mitra primacial de Braga.
Faleceu a 16 de julho de 1590, no convento dominicano de Santa Cruz que havia fundado em Viana do Castelo. O seu último suspiro foi o culminar de uma vida regrada e indesmentivelmente cristã; o povo da cidade limiana guardou ciosamente o seu corpo, com armas até, para que os bracarenses não o levassem para a sede da arquidiocese de Braga. Foi beatificado a 4 de novembro de 2001, em Roma, pelo Papa João Paulo II.
Foi objeto de uma biografia, em 1619, intitulada a Vida de Frei Bartolomeu dos Mártires , da autoria de Frei Luís de Sousa (fidalgo de nome Manuel de Sousa Coutinho que professara na Ordem Dominicana, após resignação ao casamento com D. Madalena de Vilhena, anteriormente casada com D. João de Portugal).
São Frederico, bispo e mártir
Frederico, nome de origem alemã, que significa “promotor da paz”,
nasceu por volta do ano 790, membro de uma família nobre de Friesland,
Holanda, porém, não quis seguir a aristocracia da época, decidindo
seguir a carreira como missionário. Ele atuou no serviço catequético de
sua comunidade, onde se esforçou para eliminar com o paganismo e a
idolatria que ainda estava naquela região.
Seus
sermões chamaram atenção dos líderes da Igreja da época que o
convidaram a ser um padre, e logo em seguida, bispo (segundo escritos,
em 820), mas Frederico não se achava capaz de assumir, porém, a pedido
do povo, aceitou a missão.
Dentre os desafios do bispo, estavam os atos da imperatriz Judite,
segunda esposa do imperador Luís, o Bonacheirão ou Debonário. Tal
imperatriz divulgava orgias na comunidade, algo que foi amplamente
censurado pelo bispo. Frederico também combateu na Ilha de Walcheren, os
casamentos incestuosos, ou seja, as relações entre parentes próximos, que aconteciam na ilha.
A razão missionária do Bispo Frederico, estava em formar famílias
saudáveis, que estivessem centradas no evangelho de Cristo. Este
propósito missionário era totalmente contrário ao pregado na comunidade
em que atuou principalmente pela imperatriz Judite, o que fez com que
criasse na região, um choque de ideologias entre a Moral na Família que
era pregado pelo Bispo, e a Liberação Sexual pregado pela Imperatriz.
Outro desafio do Bispo era lutar contra o Arianismo, doutrina herege
difundida por Arius, bispo de Alexandria no quarto século, onde este
afirmava que só existia um Deus verdadeiro, o “Pai Eterno”. Jesus
Cristo, para este bispo, não era Deus, era um semideus. Arius, ainda
divulgava que Jesus Cristo não tinha a mesma essência de Deus Pai, em
si, era, popularmente, um “herói grego”.
Arius foi excomungado no ano seguinte da divulgação de sua doutrina, e
em 325, no Primeiro Concílio de Nicéia, a Igreja Católica proclama como
Dogma a Santíssima Trindade, condenando o Aria-nismo, vindo a afirmar
que existe
apenas um Deus e Ele se apresenta em Três Pessoas que são iguais,
consubstanciais e semelhantes: o Pai; o Filho e o Espírito Santo.
Como resultado, neste concílio foi construído a primeira parte do Credo
Niceno-constan-tinopolitano. Todavia, mesmo condenada pela Igreja, à
doutrina do Arianismo ainda era pregada no tempo de Frederico, século
VII, algo que o Bispo Santo, eliminou, com sua catequese, a partir da
explicação do Credo Niceno-constantinopolitano, que foi totalmente
formulado no ano de 381, no Concílio de Constantinopla. O resultado
disto foi à conscientização social da comunidade, que, procurando viver à
espiritualidade da Santíssima Trindade, modelo real de uma comunidade,
não se deixou levar pelos líderes políticos da época que pregavam o
Arianismo, que, trazendo para a dimensão social, correspondia a um tipo
de totalitarismo.
O legado do Santo Bispo durou apenas 18 anos, tendo em vista que, em
838, após uma celebração eucarística, no momento em que orava em
agradecimento pela cerimônia realizada, dois homens chegaram a
apunhalá-lo com espadas, que cravadas em seu peito, segundo escritos, o Bispo faleceu dizendo: “na presença do Senhor, continuarei o meu caminho na terra dos vivos”.
Duas tradições expressam os fatores que levaram ao seu
martírio: primeiro o fato de que a Imperatriz foi a mandante do seu
assassinato, já que o sacerdote acabou com as festas de orgias que a
imperatriz promovia no meio povo; já a segunda tradição, expressa que os
mandantes do crime foram os políticos de Walcheren, que, levados pela
doutrina do arianismo, se encontraram com uma comunidade que não estava
mais sendo manipuladas por eles. O bispo havia ensinado o povo a viver
como uma verdadeira comunidade, por meio do exemplo da Santíssima
Trindade, este transmitido em suas catequeses.
Todavia, de algo se tem certeza: ele foi martirizado por pregar a favor
da moralização das e nas famílias da sua diocese.
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