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segunda-feira, 26 de novembro de 2018

26 de novembro -São João Berchmans

São João Berchmans 


São João Berchmans é um modelo para os jovens estudantes que sonham com um futuro melhor e tentam cumprir com responsabilidade. Ele é o padroeiro da juventude da Bélgica e dos jovens estudantes da Companhia de Jesus.

Com sua vida ele mostrou que a santidade pode ser alcançada com acontecimentos ordinários de cada dia. Ele morreu aos 5 anos de ser jesuíta. Aqui apresentamos a sua história tomada do livro “Santos e Beatos da Companhia de Jesus” escrito pelo Padre Jaime Correa, SJ. Sua festa é celebrada no 26 de novembro.

Ele nasceu na região de Flandes, na Bélgica, o 13 de março de 1599. Foi o filho primogênito entre cinco irmãos. Seu pai era obreiro, sapateiro e curtidor de couros. Ele tinha uma oficina. Sua mãe, Isabel van den Hove, era a filha do prefeito. Aos sete anos, João foi enviado por seus pais à escola primária. Era um bom aluno, dócil e piedosa.


Ele nunca teve uma boa saúde. Suas feições eram muito flamencas: alto, loiro e de olhos azuis. Seu sorriso fazia ele muito simpático. Quando João tinha 10 anos, sua mãe ficou paralisada e reduzida a uma cadeira de rodas. Desde então ele começou a colaborar em tudo: nos cuidados da sua mãe e de seus quatro irmãos mais novos. E ele fez isso com devoção, alegria e gozo.

Terminados os estudos primários, ele foi para a faculdade a estudar latim e humanidades. O cônego Peter van Emmerick, pároco da Igreja de Nossa Senhora, recebeu ele em sua casa e foi seu tutor. Em 1610 ele fez a Primeira Comunhão.

Logo depois, a situação financeira da família se tornou mais difícil, a saúde da mãe piorava e as outras crianças cresceram.

“Filho, eu não posso pagar os teus estudos. Você já tem 13 e pode me ajudar no trabalho. ” Suavemente e com lágrimas, João respondeu a ele: “Eu posso viver a pão e água, mas deixe-me estudar, porque eu quero ser sacerdote.” O pai aceitou e decidiu procurar meios extraordinários.

O cônego Juan Froymont, cantor da Catedral de Malinas, aceitava criados jovens a quem facilitava poder estudar no Seminário. E assim João, pela primeira vez, deixou sua aldeia. Malinas era mais importante do que Diest. Mas a vida na casa do cônego Froymont não foi fácil. Havia seis outros jovens estudantes em casa e tinham que fazer tudo.

Ele tinha que servir à mesa, lavar os pratos, cuidar de três pequenos holandeses confiados ao cônego, e atender as ordens recebidas. Ele serviu bem e ganhou a simpatia de todos.



Passou sua adolescência nesse lugar, dos 13 aos 17 anos, trabalhando e estudando. A melhor prova de sua excelente personalidade e vida espiritual foram três colegas dele que o seguiram após ao Noviciado dos jesuítas.

Los pensionistas del canónigo Froymont pasaron todos al nuevo Colegio. Juan Berchmans al curso de Retórica, el último de los estudios secundarios. Nuevamente se mostró alumno aventajado. Su director espiritual fue el P. Antonio de Greeff s.j pero su mejor amigo, el joven jesuita en magisterio Adriano Coels, quien dirigía la Congregación Mariana.

Na Congregação Mariana sentiu atração pela Companhia de Jesus. Ele fez um sério discernimento. Em agosto de 1616 escreveu aos seus pais, pedindo para ser jesuíta. O pai viajou imediatamente para Malinas, e tentou dissuadi-lo, mas foi em vão. Finalmente o pai aceitou, mas nunca de boa vontade.

O 24 de setembro, os 17 anos e meio, entrou no Noviciado de Malinas.

“Se eu não me torno santo quando jovem, nunca vai acontecer. Fiel nas coisas pequenas. Vou fazer cada coisa como se fosse a última da minha vida”.

O 1 de dezembro de 1616 sua mãe morreu. João deu para seu pai palavras cheias de tanta consolação e conformidade, que conseguiram uma mudança de vida significativa. O pai decidiu fazer os Exercícios Espirituais e retomar os estudos. O 14 de agosto do ano seguinte, 1617, foi ordenado sacerdote.

O 25 de setembro de 1618 ele fez os votos de pobreza, castidade e obediência. O Provincial decidiu enviar Berchmans para Roma com outro colega, ao Colégio Romano. Quando ele estava se preparando para viajar a Diest para dizer adeus a seu pai, não teve o consolo de poder fazê-lo, porque ele recebeu a triste notícia de sua morte.



O 24 de outubro de 1618, João e seu colega partiram para Roma. De pé. Foram 1.500 km. por Paris, Lyon, os Alpes e Milão. Em Natal estiveram em Loreto e chegaram em Roma o 31 de dezembro. Em Casa do Gesù, o P. Mucio Vitelleschi, Geral da Companhia abraçou eles carinhosamente.

O 2 de janeiro de 1619 os dois flamencos passaram ao Colégio Romano. João recebeu como aposento o mesmo quarto que, anos atrás, ocupou São Luis Gonzaga.

Para Berchmans, os três anos de estudos no Colégio Romano passaram rapidamente. Seus estudos foram brilhantes.

O sucesso de João não se baseio num esforço puramente “voluntarista”. A chave tem que ser procurada na oração que se fez nele quase natural, na devoção à Virgem Maria e, especialmente, no amor à Eucaristia. “Eu vivo feliz na minha vocação e sinto verdadeiro amor pela Companhia.”

O 6 de agosto de 1621, após da cerimônia no Colégio Grego, João retornou com febre. O Padre Reitor enviou ele para a enfermaria. As esperanças de vida se perderam aos poucos dias. O médico descobriu nele uma inflamação pulmonar irrecuperável. Ele estava já sem forças.

O P. Reitor inclinou-se e perguntou a ele se queria dizer algo para seus colegas. João sussurrou algo e o Padre repetiu suas palavras em voz alta. “Se você concorda, diga a todos que a maior consolação que agora eu tenho é esta: desde que estou na Companhia, não lembro ter cometido deliberadamente algum pecado venial, nem ter falhado à obediência de meus Superiores.”

Como o fim se aproximava, ele pediu ter nas mãos o crucifixo de seus votos, o livro do Sumário das Constituições, e o rosário. Apertando as coisas disse: “As três são minhas e são as coisas mais queridas.”



– Sepulcro na Igreja San Ignacio de Loyola ao Campo Marzio, em Roma –

Ele morreu o 13 de agosto de 1621 às oito e meia da manhã, quando o sino tocou para o início das aulas. Ele tinha 22 anos e cinco meses

Foi canonizado em 15 de janeiro de 1888, pelo Papa Pio IX. Quando estava fazendo a declaração, o P. disse: “No jovem João Berchmans canonizamos as Constituições da Companhia de Jesus.”

A igreja de Santo Inácio em Roma, guarda num cofre de mármore os restos do jovem. A Igreja declarou ele Modelo da juventude.

Fonte: Livro “Santos e Beatos da Companhia de Jesus”, Pe. Jaime Correa, SJ.


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26 de novembro SÃO LEONARDO DE PORTO MAURÍCIO

SÃO LEONARDO DE PORTO MAURÍCIO, Presbítero Franciscano




Imortal tornou-se o nome deste franciscano, missionário da Itália, que por espaço de 44 anos pregou 326 missões em 84 dioceses, apresentando-se assim como instrumento escolhido da Providência Divina, para a salvação de muitas almas.
O resultado estupendo que lhe coroava os trabalhos de missionário, tem sua explicação na grande santidade deste humilde filho do Patriarca de Assis. São Leonardo de Porto Maurício é uma figura extraordinária, entre os grandes pregadores de penitência e, dos missionários que Deus tem dado à Igreja, é ele um dos maiores. 
O grande orador sacro Barberini, homem de muita experiência e virtude, disse no relatório ao Papa Clemente XII, em referência à pregação de Leonardo, que nunca ouvira um pregador mais eloquente e zeloso, orador algum que, como ele, tanto o impressionasse.
Bento XIV assistiu a diversas missões dirigidas por Leonardo, para ouvir-lhe as práticas. Nos lugares onde pregava, um dos cuidados do missionário era implantar na alma do povo, a devoção ao Sagrado Coração de Jesus e da Sagrada Paixão de Nosso Senhor, a adoração perpétua do Santíssimo Sacramento e o culto de Nossa Senhora. 
Um dos mais ardentes desejos seus era ver proclamado o dogma da Imaculada Conceição.
Grande pregador, era também modelo perfeito das virtudes, que procurava implantar nos corações dos ouvintes. Possuidor do espírito de São Francisco, era Leonardo, como seu pai espiritual, amigo apaixonado da pobreza.



Textos de São Leonardo de Porto Maurício

São Leonardo, o grande missionário do século XVIII, como lhe chamou Santo Afonso Maria de Ligório, nasceu em Porto Maurício, perto de Gênova, Itália, a 20 de dezembro de 1676. Aconteceu que Leonardo perdeu muito cedo sua mãe, tendo sido criado e educado pelo seu tio. Encontrou cedo sua vocação ao Sacerdócio, por isso, ao renunciar a si mesmo, foi para Roma formar-se no Colégio da Companhia de Jesus. Por causa da sua inocência e sólida virtude, conquistou a simpatia e a alta consideração de seus superiores, que nele viam outro angélico Luís Gonzaga. Entrou para a Ordem Franciscana, no Convento de São Boaventura e com 26 anos foi ordenado sacerdote.

Começou a vivenciar toda a riqueza do Evangelho e a radicalidade típica dos imitadores de Francisco, por isso ocupou posições cada vez maiores no serviço à Ordem, à Igreja e para com todos. Devoto da Virgem Maria, que lhe salvou a vida num tempo de incurável doença (tuberculose), São Leonardo de Porto Maurício era devotíssimo do Sagrado Coração de Jesus na forma da adoração ao Jesus Eucarístico.

Foi, no século XVIII, o grande apóstolo do santo exercício da Via-sacra. Era um grande amante da pobreza radical e franciscana. Toda a vida, penitências e orações de São Leonardo convergiam para a salvação das almas. Era tal a unção, a caridade ardente e o entusiasmo que repassava em suas pregações, que o célebre orador Bapherini, encanecido já no exercício da palavra, sendo enviado por Clemente XII a ouvir os sermões de Leonardo para depois o informar a este respeito, desempenhou-se da sua missão dizendo: “que nunca ouvira pregador mais arrebatador, que o efeito de seus discursos era irresistível, que ele próprio não pudera reter as lágrimas”. São Leonardo era digno sucessor de Santo Antônio de Pádua, de São Bernardino de Sena e de São João de Capistrano.



O próprio Pontífice Bento XIV quis ouvir o famoso missionário, e para isso chamou-o a Roma, em 1749, a fim de preparar os fiéis para o Ano Santo. Depois de derramar-se por Deus e pelos outros, São Leonardo de Porto Maurício, não se tornou mártir, como tão desejava, mas deu toda sua vida no dia a dia até adoecer e entrar no Céu a 26 de novembro de 1751, no Convento de São Boaventura, em Roma, onde, 54 anos antes, se consagrara ao Senhor sob o burel de São Francisco. 

Não se limitou apenas à pregação o ilustre missionário de Porto Maurício; deixou também vasta coleção de escritos, publicados a princípio isoladamente, e reunidos depois numa grande edição, que prolonga no futuro a sua prodigiosa ação missionária, não apenas dentro das fronteiras da Itália, mas cujo âmbito é todo o mundo civilizado, pelas traduções feitas em quase todas as línguas cultas. Estes escritos constituem, em geral, um rico tesouro de verdades ascéticas e ensinamentos morais e homiléticos.



Breve biografia: 

Origens
Seu nome de batismo era Paulo Jerônimo. Nasceu no ano 1676, em Porto Maurício, cidade conhecida hoje como Impéria, na Itália. Era filho de um capitão da marinha chamado Domingos Casanova. Porém, sendo ainda muito pequeno, ficou órfão. Por isso, foi levado para Roma, a fim de terminar seus estudos no famoso Colégio Romano. Concluída essa fase, foi para um convento franciscano chamado Retiro de São Boaventura. Lá, ingressou na Ordem Franciscana. Quando fez os votos, assumiu o nome de Frei Leonardo.

Pregador empolgante
Ordenado sacerdote, Frei Leonardo exerceu a maior parte de seu ministério na cidade de Florença, Itália. Era um pregador empolgante, principalmente nas vezes em que pregava sobre a Paixão de Cristo. Multidões acorriam para vê-lo e ouvi-lo. Percorreu a Itália inteira como missionário e pregador. Escreveu inúmeras obras de valor inestimável tanto para pregadores quanto para os fiéis. O Santo Afonso Maria de Ligório, que viveu na mesma época, afirmava que Frei Leonardo de Porto Maurício era o maior missionário a pregar naquele século.

Promotor da paz
Na ilha de Córsega havia uma enorme divisão entre os cidadãos. Era uma situação grave. Por isso, o Papa foi inspirado a usar os dons de Frei Leonardo para beneficiar o povo, enviando-o para lá com a difícil missão de promover a paz. E qual não foi a surpresa geral quando o sábio e humilde frade franciscano conseguiu restabelecer a paz e a reconciliação na ilha através de um acordo de paz.

Salvador do Coliseu
São Leonardo de Porto Maurício é conhecido também como “O Salvador do Coliseu” e não é à toa. Num tempo em que o antigo edifício estava abandonado, depredado e suas pedras eram retiradas para serem usadas em outras construções, ele realizou ali, pela primeira vez, uma Via Sacra. Na celebração ele definiu aquele lugar como sagrado, santificado, por causa do sangue dos mártires derramado ali. A medida foi tão impactante que tornou-se tradição. Depois disso, o Coliseu passou a ser conservado. Tal Tradição permanece até hoje. Em toda Sexta-Feira da Paixão, o Papa celebra a Via-Sacra no Coliseu de Roma.

Anjo da Eucaristia
São Leonardo devotíssimo do Sagrado Coração de Jesus, especialmente, através do culto ao Santíssimo Sacramento da Eucaristia, à qual era ardente e fervoroso defensor. Praticava e ensinada a adoração eucarística, no intuito de reparar e desagravar ao Sagrado Coração de Jesus. Era zeloso quando à seriedade que deve ser praticada o culto eucarístico, vindo dele, em suas pregações, preciosas palavras de advertência e exortação àqueles que ousam desrespeitar a presença real de Jesus no Santíssimo Sacramento. 


Profeta Mariano
São Leonardo foi também um grande devoto de Nossa Senhora. Desejava ardentemente que a Igreja proclamasse o dogma da Imaculada Conceição de Maria. Chegou a convencer Papa de então, Bento XIV, sobre a necessidade de convocar um concílio com o fim de discutir tal tema e, em seguida, proclamar o dogma. Ele não viveu para ver a proclamação, mas escreveu uma carta profecia na qual previu que o dogma seria proclamado um dia, como, de fato, o foi, no ano 1854.


       Morte
Frei Leonardo faleceu no ano 1751, quando estava no Retiro de São Boaventura de Palatino, em Roma. Sua fama de santidade era tão grande que até mesmo o Papa Bento XIV ajoelhou-se em frente ao seu corpo. São Leonardo recebeu vários títulos como o “Santo da Via Sacra”, “Santo da Imaculada Conceição”, “Salvador do Coliseu” e “Pregador da Paixão de Cristo”. Mais tarde, o Papa Pio XI conferiu a ele o título de “Padroeiro de todos os sacerdotes que se entregam às missões no mundo.” São Leonardo de Porto Maurício é ainda festejado como padroeiro da cidade deImpéria, antiga Porto Maurício.




Oração a São Leonardo de Porto Maurício

Ó Deus todo-poderoso e cheio de bondade, que fizestes de São Leonardo notável mensageiro do mistério da cruz, concedei, por sua intercessão, que, reconhecendo na terra as riquezas da cruz de Cristo, mereçamos alcançar nos céus os frutos da redenção. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo. Amém. São Leonardo, rogai por nós.”



A Via Sacra
Também chamada  Via Crucis, é, segundo o Diretório da Piedade Popular e Liturgia (DPPL 131-135), o mais apreciado exercício de piedade em louvor da Paixão de J. C., pelo que se pratica sobretudo nos tempos penitenciais. Consiste em acompanhar espiritualmente o trajeto de Jesus desde a agonia no Getsêmani até a morte e sepultura no Calvário, com momentos de meditação e oração em várias estações.  Síntese de várias devoções, a sua prática desenvolveu-se a seguir às Cruzadas, promovida pelos Franciscanos e particularmente por S. Leonardo de Porto Maurício (+1751). Presentemente conta 14 estações baseadas em passagens dos Evangelhos ou em tradições populares:  1) Jesus é condenado à morte;  2) Jesus toma sua cruz.  3) Jesus cai pela primeira vez;  4) Jesus encontra sua Santíssima Mãe;  5) O Cireneu ajuda-o a levar a cruz;  6) A Verônica enxuga-lhe o rosto;  7) Jesus cai pela segunda vez;  8) Jesus consola as filhas de Jerusalém;  9) Cai pela terceira vez;  10) É despojado das vestes;  11) É pregado na cruz;  12) Morre na cruz;  13) É descido da cruz e entregue a sua Mãe;  14) É depositado no sepulcro. 
Os títulos das estações podem ser criteriosamente alterados, como o fez várias vezes São João Paulo II na Via Sacra de Sexta-Feira Santa no Coliseu, p.ex., em 1992:  1) Jesus no Horto das Oliveiras;  2) Traído por Judas, é preso;  3) É condenado;  4) É negado por Pedro;  5) É levado a Pilatos;  6) É flagelado e coroado de espinhos;  7) Carrega a cruz;  8) É ajudado pelo Cireneu;  9) Fala às mulheres de Jerusalém;  10) É crucificado;  11) Fala ao bom ladrão;  12) Tem Maria e João ao pé da cruz;  13) Morre na cruz;  14) É deposto no sepulcro.
http://www.portal.ecclesia.pt/catolicopedia/artigo.asp?id_entrada=1962







A Via-Sacra e São Leonardo de Porto-Maurício


Uma popularização dessa devoção só se deu, efetivamente, no século XVI, quando o Papa Inocêncio XI (1686) concedeu a possibilidade de se conseguir as grandes indulgências _ já concedidas aos peregrinos que visitavam Jerusalém _ também àqueles que, nas igrejas dos Franciscanos, fizessem o exercício da Via-sacra. Mais tarde (1731), Clemente XII permitiu que, em todas as igrejas seculares, se erigissem as Estações, fixando o número em 14.
Foram os Franciscanos, fiéis guardiões dos Lugares Santos, que muito colaboraram para a difusão dessa devoção em toda a Igreja. Entre eles se destaca São Leonardo de Porto Maurício (falecido em 1751). Por sua sugestão o Papa Bento XIV, em 1750, determinou a instituição das estações no Coliseu e que ali, a cada sexta-feira, fosse praticada a Via-sacra. Daí a tradição _ a cada Sexta-feira Santa _ dos fiéis de Roma, de se juntarem ao Pontífice romano para, juntos, ali celebrarem a Via-sacra. (MZ)





São Leonardo de Porto Maurício deu origem a esta devoção no século XIV no Coliseu de Roma, pensando nos cristãos que se viam impossibilitados de peregrinar à Terra Santa para visitar os Santos lugares da paixão e morte de Jesus Cristo. Tem um caráter penitencial e está acostumado a rezá-los dias sexta-feira, sobre tudo na Quaresma. Em muitos templos estão expostos quadros ou baixos-relevos com ilustrações que ajudam os fiéis a realizar este exercício.




   

    Segundo texto biográfico
       São Leonardo foi proclamado pela Igreja como Padroeiro das missões entre fiéis, pela orientação particular que deu ao seu apostolado e pela amplidão da sua obra missionária, que se estendeu a todas as cidades da península itálica. Nasceu em Porto Maurício, na Ligúria, e frequentou em Roma o colégio gregoriano. Entrou ainda jovem na ordem dos frades menores, e desde o noviciado propôs imitar o mais fielmente possível a vida de São Francisco. Veio a conseguir o seu intento, sobretudo na penitência, que raiava pelo heroísmo, na altíssima contemplação e no zelo apostólico.
Ordenado sacerdote, dedicou-se por mais de 40 anos à pregação, com grande proveito para os fiéis, escolhendo como temas as mais importantes verdades cristãs, seguindo também  neste pormenor a exortação de São Francisco.
A simples apresentação da sua figura já constituía um bom princípio de pregação: austero, magro, ardente de fé e de amor. O seu estilo retórico, em conformidade com o costume da época valia-se de sinais exteriores destinados a causar impacto e mover à contrição e às lágrimas, apelando à sensibilidade. Neste clima se situa a grande devoção da Via Sacra, de que foi eminente divulgador. Deixou algumas obras escritas, desde simples esboços até tratados de ascética e de pregação.
A pregação de São Leonardo caracterizava-se por algo de dramático e até trágico. Multidões imensas acorriam a escutá-lo, e ficavam impressionadas pela sua palavra ardente, convidando à penitência e à piedade cristã. Dizia dele Santo Afonso Maria de Ligório, que era “o maior missionário do século”. Não era raro durante a sua pregação o auditório inteiro prorromper em pranto e em soluços. Pregou por toda a Itália, mas a região favorita foi a Toscana, por causa do jansenismo, que ele se propôs combater com todo o empenho, abordando para isso os temas que lhe pareceram mais eficazes: o nome de Jesus, a Virgem Maria e a Via Sacra. Quando ele fazia uma missão na Córsega, os bandidos desta atormentada ilha deram tiros para o ar gritando: “Viva Frei Leonardo! Viva a Paz!”.
Bastante desgastado pelos constantes trabalhos apostólicos, foi chamado a Roma, onde, em apaixonados sermões a que o próprio papa por vezes assistia, preparou o clima espiritual para o jubileu de 1750. Foi nessa altura que erigiu a Via Sacra no Coliseu, declarando sagrado aquele lugar onde muitos mártires tinham vertido o sangue por Cristo. No ano seguinte ainda se deslocou à região de Bolonha, para as suas últimas pregações.
Regressando a Roma, ao convento de São Boaventura no Palatino, a 26 de novembro, com 75 anos de idade, terminou a carreira terrena este incomparável missionário do povo cristão. As autoridades tiveram de recorrer às forças de segurança para controlarem a multidão dos devotos que queriam ver o Santo e levar relíquias dele. Foi a respeito dele que disse o Papa na época: “Perdemos um amigo na terra, mas ganhamos um Santo no céu”.