São Tiago, o maior
Santo do dia 25 de Julho
Tiago nasceu doze anos antes de Cristo, viveu mais anos do que ele e passou para a eternidade junto a seu Mestre. Tiago, o Maior, nasceu na Galiléia e era filho de Zebedeu e Salomé, segundo as Sagradas Escrituras. Era, portanto, irmão de João Evangelista, os "Filhos do Trovão", como os chamara Jesus. É sempre citado como um dos três primeiros apóstolos, além de figurar entre os prediletos de Jesus, juntamente com Pedro e André. É chamado de "maior" por causa do apóstolo homônimo, Tiago, filho de Alfeu, conhecido como "menor".
Nas várias passagens bíblicas, podemos perceber que Jesus possuía apóstolos escolhidos para testemunharem acontecimentos especiais na vida do Redentor. Um era Tiago, o Maior, que constatamos ao seu lado na cura da sogra de Pedro, na ressurreição da filha de Jairo, na transfiguração do Senhor e na sua agonia no horto das Oliveiras.
Consta que, depois da ressurreição de Cristo, Tiago rumou para a Espanha, percorrendo-a de norte a sul, fazendo sua evangelização, sendo por isso declarado seu padroeiro. Mais tarde, voltou a Jerusalém, onde converteu centenas de pessoas, até mesmo dois mágicos que causavam confusão entre o povo com suas artes diabólicas. Até que um dia lhe prepararam uma cilada, fazendo explodir um motim como se fosse ele o culpado. Assim, foi preso e acusado de causar sublevação entre o povo. A pena para esse crime era a morte.
O juiz foi o cruel rei Herodes Antipas, um terrível e incansável perseguidor dos cristãos. Ele lhe impôs logo a pena máxima, ordenando que fosse flagelado e depois decapitado. A sentença foi executada durante as festas pascais no ano 42. Assim, Tiago, o Maior, tornou-se o primeiro dos apóstolos a derramar seu sangue pela fé em Jesus Cristo.
No século VIII, quando a Palestina caiu em poder dos muçulmanos, um grupo de espanhóis trouxe o esquife onde repousavam os restos de são Tiago, o Maior, à cidade espanhola de Iria. Segundo uma antiga tradição da cidade, no século IX o bispo de lá teria visto uma grande estrela iluminando um campo, onde foi encontrado o túmulo contendo o esquife do apóstolo padroeiro. E a Espanha, que nesta ocasião lutava contra a invasão dos bárbaros muçulmanos, conseguiu vencê-los e expulsá-los com a sua ajuda invisível.
Mais tarde, naquele local, o rei Afonso II mandou construir uma igreja e um mosteiro, dedicados a são Tiago, o Maior, com isso a cidade de Iria passou a chamar-se Santiago de Compostela, ou seja, do campo da estrela. Desde aquele tempo até hoje, o santuário de Santiago de Compostela é um dos mais procurados pelos peregrinos do mundo inteiro, que fazem o trajeto a pé.
Essa rota, conhecida como "caminho de Santiago de Compostela", foi feita também pelo papa João Paulo II em 1989. Acompanhado por milhares de jovens do mundo inteiro, foi venerar as relíquias do apóstolo são Tiago, o Maior, depositadas na magnífica catedral das seis naves, concluída em 1122.
São Cristóvão
Cristóvão,
antes do batismo, chamava-se Réprobo, porém, depois, se chamou
Cristóvão, que é o mesmo que dizer aquele que carrega Cristo, pois ele
carregou Cristo em seus ombros, transportando-o e guiando-o; em seu
corpo, tornando-o esquálido; em sua mente, pela devoção; e em sua boca,
confessando-o e pregando a sua mensagem. Cristóvão era de linhagem
Cananéia, de estatura elevada e ereta, rosto feio e aparência
assustadora. Tinha doze cúbitos de comprimento, e lemos em algumas
histórias que, quando estava a serviço do rei de Canaã, vivendo junto a
ele, veio-lhe à mente procurar o maior príncipe existente no mundo e a
ele servir e obedecer. E foi tão longe, que encontrou o legítimo grande
rei, cuja fama geralmente era de que seria o maior do mundo. E quando
este rei o viu, tomou-o para o seu serviço e o fez habitar em sua corte.
Certa vez, um menestrel cantou perante ele uma canção na qual citava
constantemente o demônio, e o rei, que era um homem cristão, ao ouvi-lo
mencionar o demônio, traçou o sinal da cruz em sua fronte. E quando
Cristóvão viu isso, ficou curioso em saber que sinal seria aquele e para
que o rei o fizera, e lhe perguntou isso. E por que o rei não lhe
queria responder, ele disse: Se não me disserdes, não mais habitarei
convosco. Então o rei lhe explicou, dizendo: Sempre que ouço mencionarem
o demônio, temo que ele possa ter poder sobre mim, e eu me previno
contra ele com este sinal, a fim de que não me faça mal e não me
perturbe.
Então, Cristóvão lhe disse.
Temeis que o demônio vos possa fazer mal? Então, o demônio é mais
poderoso e maior do que vós. Por isso, fui enganado em minha esperança e
em meu plano, pois supunha ter encontrado o maior e o mais poderoso
senhor do mundo, mas eu vos recomendo a Deus, porque vou procura-lo para
que seja o meu senhor, e eu, o seu servo. Em seguida, ele se despediu
daquele rei e apressou-se a ir em busca do demônio. E quando passava por
um grande deserto, avistou um grande séquito de cavalheiros, no meio
dos quais se destacava um cavalheiro cruel e horrível que,
aproximando-se dele, lhe perguntou qual era o seu destino, e Critóvão,
respondendo, disse-lhe: ‘Estou à procura do demônio, para que seja o meu
senhor’. E ele lhe respondeu: ‘Eu sou quem procuras’. Então, Cristóvão
ficou contente, pediu-lhe para ser seu servo perpétuo e o tomou como seu
mestre e senhor. E indo os dois juntos pelo mesmo caminho, encontraram
nele uma cruz erguida. O demônio, ao avistar a cruz, logo ficou
apavorado e fugiu, deixando o caminho normal, e, fazendo um grande
desvio, fez Cristóvão passar por um deserto árido. Mais trade, quando já
haviam contornado a cruz, reconduziu-o ao caminho principal que haviam
deixado. Quando Cristóvão perguntou porque hesitara e abandonara o
caminho principal e limpo e entrara num deserto assim tão árido, o
demônio não quis lhe explicar de forma alguma.
Então,
Cristóvão lhe disse: ‘Se não me disseres, separar-me-ei imediatamente
de ti e não mais te servirei’. Ao que o demônio se viu obrigado a lhe
contar, dizendo-lhe: ‘Havia um homem chamado Cristo que foi suspenso
numa cruz, e, quando vejo o seu sinal, fico apavorado e fujo dele, onde
quer que o veja’. Cristóvão disse-lhe: ‘Então, ele é maior e mais
poderoso que tu, já que tens medo do seu sinal, e eu, agora, por não ter
encontrado o maior senhor do mundo, compreendo bem que trabalhei em
vão. E eu não mais servirei a ti; segue, pois, teu caminho, pois eu vou à
procura de Cristo’. E após ter, durante muito tempo, procurado e
perguntado onde poderia encontrar Cristo, finalmente, chegou a um grande
deserto, até onde habitava um eremita, e este lhe falou de Jesus Cristo
e o instruiu diligentemente na fé e lhe disse: ‘Este Rei a quem desejas
servir pede o serviço de jejuares muitas vezes’. E Cristóvão lhe disse:
‘Pede de mim qualquer outra coisa, que eu a farei, pois o que me pedes
eu não farei’. E o eremita lhe disse: ‘Então, deves vigiar e orar
constantemente’. E Cristóvão lhe disse: ‘Não sei o que isto seja. Não
farei tal coisa’. Então o eremita lhe disse: ‘Conheces aquele rio assim e
assim, onde muitos pereceram e se perderam?’ Ao que Cristóvão
respondeu: ‘Conheço-o muito bem’. Então lhe disse o eremita: ‘Como és de
estatura nobre, elevada e forte em teus membros, deves morar perto
daquele rio, e transportarás pelo mesmo todos quantos por ele precisarem
passar, o que será algo muito agradável a Nosso Senhor Jesus Cristo, a
quem desejas servir, e eu espero que Ele se mostrará a ti’. Então disse
Cristóvão: ‘Sem dúvida, este serviço eu posso muito bem executar, e eu
prometo a ele que o farei’. Em seguida, Cristóvão foi até aquele rio e
lá construiu uma morada para si e carregava nas mãos uma grande vara, à
guisa de bastão, para se apoiar dentro da água, e assim transportava
toda sorte de pessoas, sem parar. E lá habitou, executando esse
trabalho, durante muitos dias.
E
certa vez, quando dormia em sua choupana, ouviu uma voz de criança que o
chamava e dizia: ‘Cristóvão, sai de dentro e vem carregar-me até a
outra margem’. Então, levantou-se e saiu, porém não viu ninguém. E
voltando de novo para dentro da casa, ouviu a mesma voz, correu para
fora e não avistou ninguém. Pela terceira vez, foi ele chamado e,
saindo, viu uma criança à beira do rio, que lhe pediu por favor que o
transportasse para a outra margem. Então, Cristóvão pôs aquela criança
aos ombros, apanhou o bastão e entrou no rio para atravessa-lo. E a água
do rio subiu e aumentava cada vez mais; e a criança pesava como chumbo,
e a cada passo que dava rumo ao centro do rio, a água aumentava e
crescia cada vez mais, e a criança tornava-se mais pesada ainda, a tal
ponto que Cristóvão ficou muito angustiado e temia vir a afogar-se. Por
fim, conseguiu escapar daquela situação com grande esforço, fez a
travessia e colocou a criança no chão, e disse a ela: ‘Menino,
puseste-me num grande perigo; pesas tanto como se tivesse o mundo sobre
os meus ombros: não poderia carregar um peso maior’. E o menino
respondeu: ‘Cristóvão, não te espantes, pois não só carregaste o mundo
inteiro em teus ombros, como também carregaste Aquele que criou e fez o
mundo inteiro. Eu sou Jesus Cristo, o Rei, a quem serves neste mundo. E
para que saibas que digo a verdade, põe teu bastão no chão, junto à tua
casa, e amanhã verás que ele estará coberto de flores e de frutos’. E
desapareceu de repente de sua vista. Então, Cristóvão colocou o bastão
na terra, e, quando levantou de manhã, encontrou-o parecido com uma
palmeira, carregado de flores, folhas e tâmaras. Então, Cristóvão se
dirigiu até a cidade de Lícia e não conseguia entender a linguagem de
seus habitantes. Então, orou ao Senhor, para que fizesse com que pudesse
entende-los, e assim fez. E enquanto estava rezando, os juízes pensavam
que estivesse louco, e o deixaram lá sozinho. Então, quando Cristóvão
pôde entender o que diziam, cobriu o semblante e foi até o lugar onde
costumavam martirizar os cristãos, e os confortou em nome do Senhor.
Então, os juízes bateram-lhe na face, e Cristóvão lhes disse: ‘Se eu não
fosse cristão, eu vingaria esta ofensa’. Então Cristóvão arremessou o
seu bastão no chão e pediu ao Senhor que, para converter aquelas
pessoas, ele devia se cobrir de flores e de frutos. E logo assim
sucedeu.
E então, converteu oito mil
pessoas. E o rei enviou dois cavaleiros para que o trouxessem, e o
encontraram orando, e não ousaram lhe dizer isso. E logo em seguida, o
rei mandou muitos outros cavalheiros e logo se puseram a rezar com ele. E
quando Cristóvão se ergueu, disse a eles: ‘O que procurais?’ E ao verem
o seu semblante, lhe disseram: ‘O rei nos mandou aqui, a fim de
amarra-lo e conduzi-lo até ele’. E Cristóvão lhes disse: ‘Se eu
quisesse, não poderíeis me levar até ele, amarrado ou solto’. E eles lhe
disseram: ‘Se quiseres seguir o teu caminho, vai livre, para onde
quiseres. E nós diremos ao rei que não te encontramos’. ‘Assim não
será’, disse-lhes ele, ‘mas eu irei convosco’. Então, ele os converteu à
Fé, e ordenou-lhes que deviam lhe atar as mãos às costas e conduzi-lo
assim amarrado à presença do rei. E quando o rei o avistou, ficou
apavorado e caiu do trono. E os servos o ergueram novamente. Então, o
rei perguntou pelo seu nome e pela sua pátria. E Cristóvão lhe
respondeu: ‘Antes de ser batizado, eu me chamava Réprobo, e depois, eu
sou Cristóvão; antes do batismo, um cananeu; agora um cristão’. Ao que
disse o rei: Tens um nome tolo, isto é, o nome de Cristo crucificado,
que não conseguiu livrar-se e não pode ser-te útil. Como, pois, maldizes
os cananeus, por que não sacrificas aos nossos deuses?’ Cristóvão
respondeu-lhe: ‘Com razão te chamas Dagnus, pois és a morte do mundo e o
companheiro do demônio, e os teus deuses são obras de mãos humanas’. E o
rei lhe disse: ‘Foste alimentado entre animais selvagens e por isso só
podes falar uma linguagem rude e palavras desconhecidas dos homens.
E
agora, se quiseres sacrificar aos deuses, dar-te-ei grandes presentes e
grandes honrarias, e se não quiseres, destruir-te-ei e acabarei
contigo, no meio de grandes sofrimentos e torturas’. Mas, apesar de tudo
isso, ele não se dispôs, de forma alguma, a sacrificar, por isso ele
foi mandado para a prisão, e o rei mandou decapitar outros cavaleiros
que havia mandado buscá-lo, e a quem ele convertera. Em seguida, o rei
mandou levar para dentro da prisão de Cristóvão duas mulheres bonitas,
uma das quais se chamava Nicéia e a outra Aquilina, e prometeu a elas
grandes presentes caso conseguissem fazer com que Cristóvão pecasse com
elas. Quando Cristóvão notou isso, prostrou-se em oração, e ao ser
forçado por elas, que o abraçaram para que se resolvesse a agir, ele se
ergueu e disse: ‘O que procurais? Para que fim aqui viestes?’ E elas,
ficando assustadas com seu aspecto e com a expressão clara do seu
semblante, disseram: ‘Ó santo de Deus, compadecei-vos de nós, a fim de
que creiamos neste Deus que pregais’. E quando o rei ouviu isso, ordenou
que as duas fossem retiradas de lá e trazidas à sua presença. E lhes
disse: ‘Fostes enganadas. Mas conjuro-vos pelos meus deuses que, se não
sacrificardes a eles, sereis imediatamente castigadas com uma morte
horrível’. E elas lhe disseram: ‘Se quiserdes que sacrifiquemos, ordenai
que o lugar fique livre e que todas as pessoas se reúnam no templo’.
Quando isso foi feito, elas entraram no templo, tomaram os cintos e os
colocaram em volta do pescoço dos deuses e os arrastaram até o chão, e
os fizeram em pedaços. E disseram aos que estavam presentes: ‘Chamai os
médicos e os que trabalham com sanguessugas para que curem os vossos
deuses’. Então, por ordem do rei, Aquilina foi enforcada, e uma enorme
pedra foi amarrada e suspensa aos seus pés, de modo que os seus membros
foram quebrados de modo horrível. E quando estava morta e passou para o
Senhor, sua irmã Nicéia foi atirada a uma grande fogueira, porém ela
conseguiu sair ilesa, intacta. Então eles mandaram decepar-lhe a cabeça à
força e assim sofreu a morte. A seguir, Cristóvão foi trazido à
presença do rei. Este ordenou que fosse torturado com varas de ferro e
colocada em sua cabeça uma cruz de ferro em brasa. Em seguida, após
mandar fazer um recipiente de ferro e pôr Cristóvão amarrado dentro
dele, ordenou que colocassem fogo por baixo, e o enchessem de piche. Mas
o recipiente se derreteu como cera, e Cristóvão saiu sem qualquer
ferimento ou queimadura. E o ver isso, o rei ordenou que fosse amarrado a
um poste resistente e fosse crivado de flechas por quarenta arqueiros.
Contudo,
nenhum daqueles arqueiros conseguiu acertá-lo, pois as flechas ficavam
imóveis no ar, próximas a ele, sem toca-lo. Então o rei, imaginando que
tivesse sido atravessado pelas flechas dos arqueiros, dirigiu-se até ele
para ficar bem perto. E uma das flechas, virando-se repentinamente no
ar, atingiu-o num dos olhos, deixando-o cego. Cristóvão disse-lhe:
‘Tirano, vou morrer amanhã. Fazei um pouco de lama misturada ao meu
sangue e ungi com ela vosso olho e sereis curado’. Então, à ordem do
rei, ele foi levado para que lhe cortassem a cabeça. Fez a sua oração, e
a cabeça lhe foi decepada, e assim sofreu o martírio. E o rei então
pegou um pouco do seu sangue e o colocou na vista, e disse: ‘Em nome de
Deus e de S. Cristóvão’ e logo ficou curado. Então o rei acreditou em
Deus e deu ordens para que, se qualquer pessoa culpasse a Deus ou a S.
Cristóvão, deveria ser imediatamente morto à espada. Esta é, com algumas
alterações, a história de S. Cristóvão, extraída da Legenda Áurea, da
forma como foi traduzida para o inglês por William Caxton, uma história
conhecida em toda a cristandade, tanto no Oriente como no Ocidente. Dela
surgiu a crença popular de que todo aquele que contemplasse uma imagem
do santo naquele dia não sofreria mal algum: crença essa que foi
responsável pela colocação de grandes estátuas e afrescos que o
representavam na parte oposta à entrada das igrejas (algumas das quais
ainda existem em nosso próprio país), de forma que todos os que
entrassem pudessem vê-la. Ele era o santo padroeiro dos viajantes, sendo
invocado contra os perigos representados pelas águas, tempestades e
pragas.
E, em épocas mais recentes,
encontrou uma popularidade renovada como padroeiro dos motoristas. A
lenda de São Cristóvão só assumiu a sua forma final na Idade Média: seu
nome latino Christophorus (o que leva Cristo), além de ter um
significado espiritual, recebeu também um significado material. A
história foi enfeitada pela vitalidade da fantasia medieval.
Excluindo-se o fato de ter existido, realmente, um mártir de nome
Cristóvão, nada se sabe ao certo a respeito do mesmo: O Martirológio
Romano diz que ele sofreu o martírio na Lícia, sob o Imperador Décio,
morto por flechas e decapitado, após sair ileso das chamas. Os muitos
pontos interessantes que surgem em conexão com São Cristóvão são
amplamente discutidos pelo Dr. R. Hindringer, no Lexikon fur Theologie
und Kirche, vol. II, cols. 934-936, e por H.F. Rosenfeld, der ht.
Christophorus (1937). Houve indubitavelmente um S. Cristóvão, cujo culto
estava bastante difundido no Oriente e no Ocidente. Uma igreja na
Bitínia lhe foi dedicada em 452. A lenda primitiva nos conta a respeito
da procura de um mestre por parte de S. Cristóvão ou sobre o seu
trabalho de transportar os viajantes através dos rios, porém, sua
estatura gigante e seu aspecto assustador são amplamente descritos, bem
como o seu bastão que cresceu e floresceu, quando atirado ao chão. O
incidente com Aquilina e sua companheira é, também, colocado em
evidência, e temos a mesma série absurda de tentativas infrutíferas para
levar o mártir à morte. Os textos latinos e grego da lenda primitiva,
em diversas revisões, foram publicados em Acta Sanotorun, julho, vol.
VI; em Analecta Bollandiana, vol. I, p. 131-148, e X, p. 393-405; e em
Acta S. Marinae et S. Christophori de H. Usener. Existe também um texto
sírio entre os manuscritos do Museu Britânico (Adic. 12, 174). Para S.
Cristóvão na arte, vejam-se Kunstle, Ikonographie, vol. II, p. 154-160, e
Drake, Saints and their Emblens; e do ponto de vista do folclore,
Bachtold-Staubli, Handworterbuch dês deutschen Aberglaubens, vol. II, p.
65-75; porém a maioria dos folcloristas, por exemplo, H. Gunther, se
preocupa em descobrir supostas origens pagãs para as práticas de devoção
a ele, na Idade Média.
Outros Santos do mesmo dia:
São Tiago Maior Apóstolo, Santas Teia, Valentina e São Paulo, Santo
Magnerico, Beato Antônio Lucci, Beata Carmem Salles Barengueras, Beato
Dario Acosta Zurita, Beato Dionísio Pamplona, Santa Eugênia, Beata Maria
Teresa do Menino Jesus e Beato Miguel Luis Brulard.
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