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sexta-feira, 13 de outubro de 2017

SANTOS DE CADA DIA, 13 DE OUTUBRO- BEATA ALEXANDRINA MARIA DA COSTA

  13  DE OUTUBRO BEATA ALEXANDRINA MARIA DA COSTA



Alexandrina Maria da Costa (1904-1955) 
    

ALEXANDRINA MARIA DA COSTA nasceu em Balasar, Póvoa de Varzim, Arquidiocese de Braga, no dia 30 de Março de 1904, e foi baptizada no dia 2 de Abril, Sábado Santo. Foi educada cristãmente pela mãe, junto com a irmã Deolinda. Alexandrina viveu em casa até aos 7 anos. Depois foi para uma pensão dum marceneiro na Póvoa de Varzim a fim de frequentar a escola primária que não existia em Balasar. Fez a primeira comunhão na sua terra natal em 1911 e no ano seguinte recebeu o sacramento da Crisma pelo Bispo do Porto.

Passados 18 meses, voltou a Balasar e foi morar com a mãe e a irmã na localidade do “Calvário”, onde irá permanecer até à morte.

Robusta de constituição física, começou a trabalhar nos campos, equiparando-se aos homens e a ganhar o mesmo que eles. A sua infância foi muito viva: dotada de temperamento feliz e comunicativo, era muito querida pelas colegas. Aos 12 anos, porém, adoeceu: uma grave infecção (uma febre tifóide, talvez) colocou-a quase à morte. Superou a doença, mas a sua saúde ficou abalada para sempre.

Aos 14 anos aconteceu um facto que seria decisivo para a sua vida.

Era Sábado Santo de 1918. Nesse dia, ela, a irmã Deolinda e mais uma mocinha aprendiz, estavam a trabalhar de costura, quando perceberam que três homens tentavam a entrar na sala onde se encontravam. Embora estivessem fechadas, os três homens forçaram as portas e conseguiram entrar. Alexandrina, para salvar a sua pureza ameaçada, não hesitou em atirar-se pela janela, de uma altura de quatro metros. As consequências foram terríveis, embora não imediatas. De facto, as várias visitas médicas a que foi sucessivamente submetida diagnosticaram, cada vez com maior clareza, um facto irreversível.

Até aos 19 anos pôde ainda arrastar-se até a igreja, onde gostava de ficar recolhida, com grande admiração das pessoas. A paralisia foi avançando cada vez mais, até que as dores se tornaram insuportáveis; as articulações perderam qualquer movimento; e ela ficou completamente paralisada. Era o dia 14 de abril de 1925 quando Alexandrina ficou definitivamente de cama. Ali haveria de passar os restantes 30 anos de sua vida.

Até 1928 não deixou de pedir a Deus, por intercessão de Nossa Senhora, a graça da cura, prometendo que se sarasse partiria para as missões. Depois compreendeu que a sua vocação era o sofrimento. Abraçou-a prontamente. Dizia: “Nossa Senhora concedeu-me uma graça ainda maior. Depois da resignação deu-me a conformidade completa à vontade de Deus e, por fim, o desejo de sofrer”.

São desse período os primeiros fenómenos místicos: Alexandrina iniciou uma vida de grande união com Cristo nos Tabernáculos, por meio de Nossa Senhora. 

Um dia em que estava só, veio-lhe improvisamente este pensamento: “Jesus, tu és prisioneiro no Tabernáculo. E eu por tua vontade prisioneira na minha cama. Far-nos-emos companhia”. Desde então começou a primeira missão: ser como a lâmpada do Tabernáculo. Passava as noites como em peregrinação de Tabernáculo em Tabernáculo. Em cada Missa oferecia-se ao Eterno Pai como vítima pelos pecadores, junto com Jesus e segundo as suas intenções.

Quanto mais clara se tornava a sua vocação de vítima tanto mais crescia nela o amor ao sofrimento. Comprometeu-se com voto a fazer sempre o que fosse mais perfeito.

De sexta-feira, 3 de Outubro de 1938 a 24 de Março de 1942, ou seja por 182 vezes, viveu, em todas as sextas-feiras, os sofrimentos da Paixão: Alexandrina, superando o estado habitual de paralisia, descia da cama e com movimentos e gestos, acompanhados de angustiantes dores, repetia, por três horas e meia, os diversos momentos da Via Crucis.

“Amar, sofrer, reparar” foi o programa que o Senhor lhe indicou. Desde 1934, a convite do padre jesuíta Mariano Pinho, que a dirigiu espiritualmente até 1941, Alexandrina punha por escrito tudo quanto, vez por vez, lhe dizia Jesus.

Em 1936, por ordem de Jesus, pediu ao Santo Padre, através do P. Pinho, a consagração do mundo ao Coração Imaculado de Maria. Este pedido foi renovado várias vezes até 1941, pelo que a Santa Sé interrogou três vezes o Arcebispo de Braga a respeito de Alexandrina. No dia 31 de Outubro de 1942, Pio XII consagrou o mundo ao Coração Imaculado de Maria com uma mensagem transmitida de Fátima em língua portuguesa. Este acto foi repetido em Roma na Basílica de São Pedro no dia 8 de Dezembro do mesmo ano de 1942.

Depois de 27 de Março de 1942, Alexandrina deixou de se alimentar, vivendo exclusivamente da Eucaristia. Em 1943, por quarenta dias e quarenta noites, foram rigorosamente controlados por médicos o jejum absoluto e a anúria, no hospital da Foz do Douro, no Porto.

Em 1944, o novo director espiritual, P. Umberto Pasquale, salesiano, após constatar a profundidade espiritual a que tinha chegado, animou Alexandrina a continuar a ditar o seu diário; fê-lo com espírito de obediência até à morte. No mesmo ano de 1944 Alexandrina inscreveu-se na União dos Cooperadores Salesianos. E quis pôr o seu diploma de Cooperadora «em lugar bem visível a fim de o ter sempre debaixo dos olhos» e colaborar com o seu sofrimento e as suas orações para a salvação das almas, sobretudo juvenis. Rezou e sofreu pela santificação dos Cooperadores Salesianos de todo o mundo.

Apesar dos sofrimentos, continuava a dedicar-se aos problemas dos pobres, do bem espiritual dos paroquianos e de muitas outras pessoas que a ela recorriam. Promoveu em sua paróquia tríduos e horas de adoração.

Especialmente nos últimos anos de vida, muitas pessoas, vindas de longe, atraídas pela fama de santidade, visitavam-na; muitas atribuíam a própria conversão aos seus conselhos.

Em 1950, Alexandrina festejou o 25º ano de sua imobilidade. E em 7 de Janeiro de 1955 foi-lhe preanunciado que aquele seria o ano da sua morte. De facto, dia 12 de Outubro quis receber a unção dos enfermos. E dia 13, aniversário da última aparição de N. Sra. de Fátima, ouviram-na exclamar: “Sou feliz porque vou para o céu”. Às 19h30 expirou.

Sobre a sua campa podem ler-se estas palavras por ela tão desejadas:

“Pecadores, se as cinzas do meu corpo puderem ser úteis para a vossa salvação, aproximai-vos: passai todos por cima delas, pisai-as até desaparecerem, mas não pequeis mais! Não ofendais mais o nosso Jesus! Pecadores, queria dizer-vos tantas coisas. Não bastaria este grande cemitério para escrevê-las todas! Convertei-vos! Não queirais perder a Jesus por toda a eternidade! Ele é tão bom!... Amai-O! Amai-O! Basta de pecar!”.

É a síntese da sua vida gasta exclusivamente para salvar as almas.

No Porto, na tarde do dia 15 de Outubro, os vendedores de flores viram-se sem nenhuma flor branca: todas tinham sido vendidas para a homenagem floral a Alexandrina, que tinha sido a rosa branca de Jesus. 

 
Balasar

No dia 21 de junho de 1832, deu-se em Balasar, a aparição de uma cruz de terra no dia do Corpo de Deus.
 

 
Esta aparição aparece detalhadamente narrada numa Carta do «Reitor António José de Azevedo», então pároco de Balasar, ao Vigário Capitular, datada de 6 de agosto de 1832:
«Excelentíssimo e Reverendíssimo Senhor
dou parte a Vossa Excelência de um caso raro acontecido nesta freguesia de Santa Eulália de Balasar. No dia de Corpo de Dos próximo pertérito, indo o povo da missa de manhã, em hum caminho que passa no monte Calvário divisarão uma Cruz descrita na terra: a terra que demonstrava esta cruz, era de cor mais branca, que a outra; e parecia que tendo caindo orvalho em toda a mais terra, naquele sitio que demonstrava a forma da Cruz, não tinha caindo orvalho Capela da Santa Cruz algum. Mandei eu varrer todo o pó e terra solta que estava naquele sitio; e continuou a aparecer como antes no mesmo sitio a forma da Cruz. Mandei depois lançar agora com abundância tanto na Cruz como na mais terra em volta; e então a terra que demonstrava a forma da Cruz apareceu de uma cor preta, que até ao presente tem conservado. A haste desta Cruz tem quinze palmos de comprido; e a travessa oito, nos dias turbos vê-se com clareza a forma da Cruz em qualquer hora do dia e nos dias de sol claro vês-se muito bem a forma da cruz de manhã até as nove horas; e de tarde quando o Sol declina mais para o ocidente e no mais espaço do dia não é bem visível divulgada, a noticia do aparecimento desta Cruz, começou a concorrer o povo a vela, e venera-la, adorna-vão-na com flores, e davam-lhe algumas esmolas; e dizem que algumas pessoas por meio dela tem implorado o Auxilio de Deus nas suas necessidades; e que tem alcançado o efeito desejado; bem como sararem em poucos dias alguns animais doentes; acharem quase como por milagroso animais que julgavam perdidos, ou roubados e ate algumas pessoas terem obtido em poucos dias a saúde em algumas enfermidades que a muito padeciam e uma mulher da freguesia da Apúlia que tinha um dedo da mão aleijado, efeito de um penaricio que nela teve, tocando a Cruz com o dito dedo repentinamente ficou sã movendo e endireitando o dedo como os outros da mesma mão cujo facto eu não presenciei mas o atestam pessoas fidedignas que viram. Enfim é tão grande a devoção que o povo tem com a dita Cruz que nos Domingos e dias Santos de guarda concorre povo de muito longe a vê-la e venera-la, fazem romarias ora de pé ora de joelhos em volta dela e lhe deixam esmolas; e eu nomeei hum homem fiel, e virtuoso para guardar as esmola. Querem agora alguns moradores desta freguesia com o dinheiro das esmolas se faça no sitio onde está a Cruz, corno uma espécie de Capela cujo tecto coberto de taboado seja firmado em colunas de madeira e em volta cercado de grades também de madeira para resguardo e decência da mesma cruz e dentro e defronte da Cruz descrita na terra, por e levantar outra Cruz feita de madeira bem pintada com a Imagem de Jesus Crucificado pintada na mesma Cruz. Eu não tenho querido anuir a isto sem dar a Vossa Excelência parte do acontecido e mesmo em fazer a sobre dita obra sem licença de Vossa Excelência persuadido que nem eu, nem os moradores da freguesia
temos autoridade para dispor a nosso arbítrio do dinheiro das esmolas que por agora ainda é pouco e não chega para se fazer obra mais dispendiosa, e decente a por poção do objecto. Agora sirva-se Vossa Excelência determinar o que lhe parecer e o que eu devo praticar a este respeito. Santa Eulália de Baltazar aos seis dias do mes de Agosto de mil oito centos trinta e dois de Vossa Excelência Súbdito o mais reverente
O Reitor Antonio Jozé de Azevedo»


Em dois êxtases, respectivamente de Dezembro de 1947 e de Janeiro de 1955, Alexandrina ouve Jesus, aponta aquela Cruz na terra, enviada como “sinal” da vítima, a própria Alexandrina, que nasceria em Balasar para aí ser crucificada. Eis, alguns excertos daqueles êxtases que se referem à Cruz de Balasar."


No ano de 1955 Jesus diz a Alexandrina:
«Quase um século era passado que eu mandei a esta privilegiada freguesia a cruz para sinal da tua Crucifixão.
Estava preparada a cruz, faltava a vítima, mas já nos planos divinos estava escolhida.
Foste tu.
O mal aumentou, a onda dos crimes atingiu o seu auge, tinha que ser a vítima imolada.
Vieste, foi o mundo a sacrificar-te».
 
«Há mais de um século que mostrei a cruz a esta terra amada, cruz que veio esperar a vítima. Tudo são provas de amor!"
" Ó Balasar se me não correspondes!"


No dia 6 de setembro de 1934 Jesus diz a Alexandrina:
Dá-Me as tuas mãos, que as quero cravar comigo; dá-Me os teus pés, que os quero cravar comigo; dá-Me a tua cabeça, que a quero coroar de espinhos, como Me fizeram a Mim; dá-Me o teu coração, que o quero trespassar com a lança, como Me trespassaram a Mim; consagra-me todo o teu corpo; oferece-te toda a mim, que te quero possuir por completo.
Como sabemos, Alexandrina sofreu a Paixão de Jesus desde o dia 3 de outubro de 1938 até ao dia 30 de março de 1942, todas as sextas feiras, desde as treze horas até às três horas da tarde, Ele foi a vítima dos pecadores.
Aqui está a resposta ao fenómeno da manifestação da Santa Cruz em Balsar, e a razão de ser da capela.
 
Como cristãos, todos somos convidados a levar a Cruz. Jesus diz-nos. “Se alguém quiser seguir-Me tome a sua Cruz e siga-Me” (Lc 9,23). S. Paulo diz: “Longe de mim gloriar-me, a não ser na cruz de Nosso Senhor Jesus Cristo, pela qual o mundo está crucificado para mim e eu para o mundo” (Gl 6,14).
Será que aceitamos o convite de Jesus? A Cruz é um dos grandes sinais do cristão. Entramos na Igreja pelo Batismo, e o primeiro sinal que nos fazem, para sermos admitidos na Igreja, é uma cruz. Saudamo-nos e iniciamos a oração sempre com o sinal da cruz. Na despedida deste mundo, o nosso corpo é abençoado com o sinal da cruz. A cruz é sinal de Vida e Salvação.


Os restos mortais da Beata Alexandrina guardam-se na Igreja Paroquial de Balasar. Ultimamente o seu túmulo foi submetido a um arranjo que muito o beneficiou.





Ao lado direito do túmulo, está exposto um artístico relicário onde se pode ver um osso da Beata de Balasar.
  
Em 14 de Junho de 1946, Jesus fez à Alexandrina uma promessa muito generosa e muito importante :

« Todas as almas que visitarem o teu túmulo serão salvas».

Veja-se um pouco do contexto em que ela surge:

— Vai, louquinha das almas, vai ditar tudo: tens a força divina, tens o Espírito Santo. Vai dá-Lo às almas, vai dar a Sua luz com todas as riquezas que de Mim recebeste.



Prometo-te – confia – que depois da tua morte todas as almas que visitarem o teu túmulo serão salvas, a não ser que o visitem para prevalecer no pecado, abusando da grande graça que por ti lhes dei.

Para todas as que visitarem o teu túmulo se salvarem, necessitam doutras graças, que não são precisas às que o teu leito visitarem, mas por ti lhes serão dadas.

São promessas minhas, sou o teu Jesus: prometo e não falto!

E em 27 de Dezembro do mesmo ano acrescenta Jesus:



Eu farei, filha querida, que se operem milagres, que haja essas curas de almas não só aqui, mas também quando tocarem no teu túmulo, por não poderem tocar o teu corpo.


O túmulo da Beata Alexandrina


Prometo-te, minha filha, conceder-te a graça dessas curas repentinas.

Mas Jesus não se cansa de alargar a dimensão da promessa; em 23 de Abril de 1948, fala-lhe assim:

Pela missão te dei, pela mais alta missão, Eu farei, depois da tua morte, que não só aqueles pecadores que ti invocarem com confiança e junto do teu túmulo te pedirem graças e a sua conversão sejam salvos, mas farei que a muitos lhes venhas assistir à morte, à sua passagem para a eternidade.

Quantos por ti serão acompanhados à Pátria Celeste! Quantas graças a muitos serão concedidas, quando já repousares no campo santo!

E já no fim da sua vida terrena, em treze de Maio de 1955, garantiu-lhe:

Vai, minha filha, vai para o teu inigualável sofrimento. (...)

Depois da tua morte, o teu túmulo, a tua sepultura há-de falar intimamente a milhares, a milhares de pecadores: as almas hão-de ir junto de ti e, por ti, como agora, continuarão a ser enriquecidas.
   
E ouçam-se ainda estas promessas, já não ligadas à visita ao túmulo, e que datam respectivamente de 9 de Março de 1945 e 19 de Novembro de 1954:

As virtudes da tua vida aqui na terra brilharão, cintilarão como estrelas no Céu; espalharão o seu brilho ao mundo inteiro, ao mundo que é teu(confiou-lho para o salvar).

Tu vens para o Céu, mas a tua bênção, o orvalho fecundo do teu amor cairá sempre sobre a terra enquanto ela existir.
  
Como prêmio da tua vida sofredora na terra, vou dar-te todas as minhas bênçãos, graças, amor com meios de salvação para que toda a Terra por ti seja favorecida até ao fim dos séculos.
 IMAGENS DA PAIXÃO DA BEATA ALEXANDRINA











 MORTE DA BEATA ALEXANDRINA 13 DE OUTUBRO DE 1955
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