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quarta-feira, 11 de outubro de 2017

SANTOS DE CADA DIA- SANTA ZENAIDE E FILONILA, SOBRINHAS DE S. PAULO, Santo Alexandre Sauli


Santa Zenaide e Filonila

Santa Zenaide e Filonila eram irmãs e sobrinhas do apóstolo São Paulo. São as primeiras mulheres cristãs a exercerem a medicina. São intercessoras pelas enfermidades do corpo e da alma.

Origens

As irmãs Zenaide e Filonila nasceram em Tarso, na região chamada Cilícia, que ficava na Ásia Menor, atual Turquia. A Tradição cristã nos atesta que as duas eram sobrinhas do grande Apóstolo Paulo, também de Tarso. Ao verem a mudança extraordinária ocorrida na vida do tio, as duas abraçaram a fé em Jesus Cristo e dedicaram sua virgindade a ele. Ambas foram instruídas por um irmão chamado Jasão de Tarso, que, mais tarde, tornou-se bispo da comunidade cristã de Tarso. Alguns manuscritos afirmam que Jasão tinha sido um dos 72 discípulos enviados por Jesus em missão na Palestina.

Missionárias

Zenaide e sua irmã foram mulheres que ousaram e viveram além de seu tempo. Quando sentiram que tinham conhecimento e vivência cristã suficiente, venderam seus bens e saíram por vilas e cidades pregando o Evangelho. E, apesar viverem num mundo extremamente machista, colheram muitos frutos de adesão e conversão de corações ao cristianismo. Além da pregação da palavra de Deus, as duas curavam a muitos doentes.


Medicina

Zenaide e sua irmã tinham vocação para a medicina. Não se sabe como aprenderam o ofício, mas sabe-se que se dedicaram fortemente a ele. Os médicos locais atendiam somente aos ricos e cobravam caro pelos serviços. Além disso, ganhavam muito dinheiro investindo na venda de objetos “mágicos” e amuletos. Já as santas Zenaide e Filonila atendiam a todos os que precisavam sem cobrar nada e rejeitavam os amuletos e o ocultismo praticado pelos médicos. Por isso, um grande número de pessoas procuravam as duas. Os médicos locais, porém, começaram a ficar incomodados com isso e passaram a persegui-las.

Caverna

Por causa da perseguição, Santa Zenaide e sua irmã decidiram morar numa caverna que ficava perto da cidade de Demetríade, cidade com vários templos dedicados a Esculápio (deus da medicina para os gregos). Ali, viveram vida de oração, jejuns e atendimento aos necessitados. Santa Zenaide dedicava-se mais à medicina e sua irmã recebera o dom da cura. Assim, muitos eram curados pela oração e muitos, também, pela medicina. Afinal, a medicina também foi dada por Deus e deve ser honrada como tal.

Fé e ciência

As duas santas irmãs conseguiam unir a fé e a ciência num serviço que levava vida para o povo. Tratavam das enfermidades físicas e também das doenças espirituais. Desenvolveram estudos em que separavam os efeitos de medicamentos da superstição. Santa Zenaide chegou a distinguir transtornos psiquiátricos, como a depressão, enxergando-os como doenças e não como efeitos de influências mágicas ou sobrenaturais. Isso, num mundo supersticioso e ignorante, mostra o grande avanço das duas irmãs e como o cristianismo liberta o ser humano.

Perseguição

A missão de Santa Zenaide e sua irmã se tornava cada vez mais conhecida. Muitos iam à caverna diariamente em busca de cura e dos ensinamentos sobre Jesus Cristo. E muitos se converteram e foram batizados. Ao longo dos anos, os templos exotéricos de cura da região foram se esvaziando. Porém, alguns daqueles que viviam da superstição e da ignorância do povo, ficaram enfurecidos com tudo isso e começaram uma perseguição mais forte contra as irmãs, com o objetivo de eliminá-las. Sabendo que o povo defenderia as duas com todas as forças, foram à noite, às escondidas e apedrejaram as duas até a morte. Somente ao amanhecer, quando os fiéis começaram a chegar, é que viram o que tinha acontecido. Seguiram-se dias de grande sofrimento para a comunidade cristã que nascera ali. Porém, por outro lado, mais pessoas decidiram-se pelo cristianismo por causa do testemunho das duas irmãs mártires. Assim, a comunidade cresceu e o culto aos ídolos pagãos nunca mais voltou ao que era antes da chegada das santas irmãs.

Oração a Santa Zenaide e Filonila

“Ó Deus, que destes a Santa Zenaide e sua irmã Santa Filonila a graça da compaixão pelo sofrimento do próximo aliada ao estudo da medicina e ao dom da cura, concedei que, pela intercessão das duas santas irmãs, sejamos curados das enfermidades do corpo e da alma. Pedimos especialmente pela seguinte intenção... (fazer o pedido) Por Cristo, nosso Senhor. Amém. Santas Zenaide e Filonila, rogai por nós.”



Santo Alexandre Sauli


A família Sauli fazia parte da nobre Corte de Gênova, muito ligada à Igreja. Nela, havia inúmeras figuras de destaque e influência na política, ricas e poderosas, tendo tradição de senadores e administradores para aquela costa marítima tão importante da Itália.
No seio deles nasceu Alexandre, no dia 15 de fevereiro de 1534, em Milão. No batizado, sua mãe o consagrou à Virgem Maria. Desde a tenra idade queria seguir a vida religiosa. E na adolescência ele dispensou uma brilhante carreira na Corte do rei Carlos V, conhecido como o senhor da Europa e da América, para seguir sua vocação.
Aos dezessete anos de idade, entrou no Colégio do Clero Regular de São Paulo, da igreja milanesa de São Barnabé, tradicionalmente frequentada por sua família. Lá, entregou-se por completo à obediência das regras da vida comum com severas tarefas religiosas. Abandonou tudo o que possuía, tornando-se um verdadeiro seguidor de Cristo.
Ordenado sacerdote, Alexandre Sauli exerceu o ministério como professor de noviços e formador de padres barnabitas. Depois, foi nomeado pelo arcebispo de Milão, Carlos Borromeo, agora santo, teólogo e decano da Faculdade Teológica de Pávia. Em 1565, aos 31 anos de idade, foi eleito superior-geral da Ordem, empenhando-se para manter vivo o espírito original do fundador. Considerado por seu dom de conselho, tornou-se o confessor do próprio são Carlos Borromeo, e orientador espiritual de muitas pessoas ilustres do seu tempo, tanto religiosos como leigos.
Em 1567, foi nomeado bispo de Aléria, na ilha de Córsega, França. Recebeu, entretanto, uma diocese decadente e abandonada, sem clero capacitado, sem locais de culto decente, com um rebanho perdido nas trevas da ignorância e da superstição. Trabalhou duro durante vinte e um anos. Conseguiu reformar o clero, sendo o professor e o exemplo da vida cristã para todas as classes sociais, eliminando divergências e ódios entre as várias famílias dominantes.
Transformou a diocese num modelo de devoção apostólica e de organização, sendo estimado e amado por todos, ricos e pobres.
Mas Alexandre teve de deixar a Córsega quando foi nomeado bispo de Pávia pelo papa Gregório XIV, de quem fora diretor espiritual e confessor. Na época, Alexandre não tinha boas condições físicas devido ao seu incansável trabalho e à vida dura de privações, penitências e mortificações a que ele sempre se submetera. Mesmo assim, iniciou a visita pastoral de sua nova diocese, sem nem sequer pensar em abandonar a cruz de sua missão.
No dia 11 de outubro de 1592, ele estava em visita na cidade de Calosso d’Asti. Era um doce entardecer de outono. Estando na rica propriedade do senhor do local, aceitou sua oferta de hospitalidade. Mas não ficou em nenhum dos luxuosos salões, preferiu estar entre os trabalhadores que se acomodavam nas estrebarias dos animais, onde adormeceu e não mais acordou.
Seu corpo foi transferido e sepultado na Catedral de Pávia, Itália. Em 1904, o papa Pio X o canonizou como santo Alexandre Sauli, “Apóstolo da Córsega”. Venerado como padroeiro da ilha de Córsega, sua festa litúrgica, que ocorre no dia de sua morte, mantém-se muito viva e vigorosa.

ACESSE



 

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