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terça-feira, 18 de julho de 2017

Santos de cada dia - 18 de Julho

SANTA MARINHA 
 


Ver 18 de Julho
 Foi encaminhada pelo Divino Espírito para a Galiza. Aí, depois de ter servido a uma lavradeira, perto da cidade de Orense, foi depois perseguida por ser cristã. Primeiramente a açoutaram até lhe dilacerarem as carnes. Em seguida foi descarnada com pentes de ferro. depois encarcerada em uma escura masmorra, sendo aí visitada e curada por um anjo. Queimaram-lhe depois as costas e os peitos com ferros em brasa, e prendendo-a de pés e mãos a lançaram num tanque de água donde, saindo milagrosamente livre, foi metida em uma fornalha embravecida com chamas, as quais, separando-se para os lados, nem sequer a tocarem levemente. Foi por isso degolada em Águas Santas, perto da cidade de Orense, na Galiza, onde El-rei D. Afonso, o Magno, mandou edificar uma Igreja dedicada ao seu culto
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HISTORIA DAS 9 IRMÃS GÉMEAS

Reproduzimos o que em 1722 publicou o monge beneditino de Pombeiro, Frei Bento de Ascensão.
«Pelos anos da era de Cristo, 120, nasceu Santa Quitéria na cidade de Braga. Seu pai, Lúcio Caio Atílio Severo, era Régulo duma das muitas províncias, em que nesse tempo estava dividido o Império Romano, a qual se compunha de parte da antiga Lusitânia e de parte da Galiza. Residia este na cidade de Braga. Era casado com D. Cálcia Lúcia, ambos de famílias muito ilustres, porém idólatras e gentias. O Altíssimo, por um milagre da sua Providência, permitiu que Cálcia, depois de ser estéril por muitos anos, concebesse e trouxesse reclusas em seu ventre, nove meninas contra a ordem comum dos partos. Completos os nove meses, Cálcia (na ocasião em que seu marido estava ausente, fazendo corte ao Imperador Adriano, que andava viajando pela península) deu à luz as nove meninas, que nasceram tão perfeitas como esposas que haviam de ser do Cordeiro Imaculado. Vendo-se Cálcia mãe de nove filhas, dadas à luz dum só parto, dominada pela superstição, ou pelos prejuízos terríveis daqueles tempos, concebeu um projecto que só as fúrias infernais a quem adorava lho podiam inspirar; por isso, que causa horror até às mesmas feras. Para se subtrair às sátiras do mundo e à indignação de seu marido, Cálcia concebe a infernal resolução de mandar afogar as meninas, sem exceptuar nenhuma. Comunica o seu execrando projecto à única pessoa que lhe tinha assistido o parto, a Cita, devota donzela e cristã oculta, e, depois de a obrigar a guardar o mais rigoroso segredo, ordena-lhe que faça primeiro divulgar a notícia de que ela tivera infeliz sucesso no parto, e que, depois de a família estar recolhida, aproveitando-se do escuro da noite, saísse do paço e fosse mergulhar as nove meninas em um dos poços do rio Este, que corre nos subúrbios de Braga. Querendo, pois, e determinando a desumana mãe que morressem as inocentes filhas, o misericordioso Deus, que pela sua grande clemência costuma, muitas vezes, de grandes males tirar grandes bens, inspirou no coroação da virtuosa Cita o desejo de salvar a vida do corpo, e dar a vida às almas de tão belas e formosas meninas, e tendo oportunidade para pôr em execução o seu piedoso intento, ajudada da Divina Providência, foi levar as meninas a santo Ovídio, arcebispo de Braga, (ver 3 de Junho), o qual, administrando-lhes o sacramento do Baptismo, lhes pôs os nomes seguintes: Genebra, Vitória, Eufémia, Marinha, Marejana (ou Marciana), Germana, Basília (ou Basílica), Quitéria e Liberata (ou Vilgeforte), como outros lhe chamam. Depois que as santas meninas foram regeneradas na sagrada fonte do baptismo, a compassiva Cita procurou nos arrabaldes de Braga amas cristãs para as criarem e educarem na lei e religião de Cristo, incumbindo-se o santo Arcebispo de satisfazer toda a despesa. Cada uma destas amas procurava em religiosa emulação cumprir com os seus deveres, tanto pelo que respeitava ao alimento do corpo, como ao desenvolvimento do espírito. A religiosa educação, que as nove meninas receberam na sua infância, produziu um tão grande domínio em seus corações que, em todo o decurso da vida e até ao fim dela, sempre puseram em prática as santas virtudes, e calcaram aos pés as grandezas e vaidades do mundo, só com o fim de lucrarem a Jesus Cristo. A sua vida virtuosa e quase angélica era admirada nos subúrbios de Braga, e por todos os arredores se falava das raras virtudes e singular perfeição das nove meninas. Chegando ao conhecimento destas angélicas meninas o perigo a que tinham, estado expostas, quem eram, e qual fora o seu admirável nascimento e a bárbara determinação de sua ímpia mãe, de entregá-las à morte em tempo que apenas entravam na vida, e do modo como Deus, pela sua Divina Providência, as livrara da morte, não só do corpo mas também da alma, por meio do sagrado Baptismo; em agradecimento de tão grandes benefícios, resolveram estas gloriosas virgens, estas santas irmãs, deixar de todo o mundo e habitar juntas na mesma casa, como em clausura, para assim melhor servirem e agradarem a Deus, resistirem com maior fortaleza aos seus inimigos, e crescerem, mais na virtude e na castidade com o exemplo umas das outras. Obtida a aprovação e consentimento do Santo Arcebispo Ovídio, a quem respeitavam e obedeciam, como seu mestre, director e pai, viveram alguns anos, estas amantes esposas de Jesus Cristo, nos arrabaldes da cidade de Braga, recolhidas na sua casa, como em um convento, entregando-se ao exercício de todas as virtudes, sendo a vida de cada uma um raro espelho de santidade, para todos os cristãos daquela terra, não se falando, por todos aqueles arredores, em outra coisa, senão na sua santa vida, que aquelas tenras e delicadas donzelas passavam naquele retiro. Todos se admiravam de que – entre tanta formosura e outros dons da natureza – houvesse tanta virtude, tanto recolhimento, resguardo e cautela. Abrasadas estas santas meninas no fogo do amor divino, cada qual de per si, e umas na presença das outras, fizeram todas voto de castidade, consagrando a sua virginal pureza àquele soberano Senhor que as fizera nascer dum tão milagroso parto, e depois de nascidas as livrara da morte, que sua mãe lhes mandara dar, criando-as e sustentando-as até ali, com providência tão particular. Fechando pois os olhos ao mundo, e empregando-se só em seu Divino Esposo, Lhe sacrificaram as suas almas e juntamente com elas os seus corpos, vivendo, naquele tenra idade, estas esposas de Jesus Cristo, santas nos costumes, puras nos corpos, e abrasadas nas almas com as chamadas da caridade e com o fogo do Amor Divino.
Esta foi a criação e a virtuosa vida destas nove irmãs, nos arrabaldes de Braga, onde viveram nove ou dez anos, e com tanta perfeição, como se já estivessem no céu, imitando os anjos na pureza, os querubins no fervor e os serafins no amor, e finalmente todas cheias de fervorosos desejos de passarem a gozar da presença do seu Divino Esposo, por meio da ilustre palma do martírio, e para o conseguirem dirigiam ao céu fervorosas súplicas. Estas foram atendidas e os seus desejos satisfeitos. Foi por esta ocasião que se levantou uma cruel e terrível perseguição, renovando-se o cruel édito já principiado por Nero, cujo fim era extinguir totalmente do mundo o adorável Nome de Jesus Cristo. Em Braga e mais terras sujeitas ao Império Romano, se publicou solenemente, mandando-se nele com pena de morte, que se adorassem os ídolos e extinguisse o Cristianismo. Logo que este decreto chegou ás mãos do Régulo de Braga, mandou-o publicar em todas as cidades do seu domínio, enviando ministros para diferentes terras, com ordens terminantes para obrigarem os fieis a adorarem os falsos ídolos, e quando eles não quisessem, fossem conduzidos à sua presença, para lhes serem aplicados os castigos. Espalhando-se os infernais ministros da justiça pelos arrabaldes e becos de Braga, dirigiam-se à casa onde viviam as nove irmãs, e encontrando esta santa comunidade de virgens, certificados de que elas eram cristãs, levaram-nas presas à presença do Régulo Bracarense que então estava na antiga cidade de Tide, situada na margem esquerda do Rio Minho, a pequena distância da praça de Valença. Com muita alegria caminhavam as santas meninas ansiosas por serem apresentadas no tribunal, para serem julgadas e sentenciadas pelo Régulo, seu pai. Este, apesar de ainda as não reconhecer por suas filhas, ficou logo muito impressionado com a modéstia, humildade e rara formosura das nove donzelas, e tratando-as com brandura e afabilidade lhes fez diferentes perguntas relativas à sua pátria, pais e religião que professavam, e se estavam resolvidas a dar cumprimento ao que mandavam os imperadores, adorando os deuses imortais, conservadores do seu império. Santa genebra tomou a palavra e respondeu em nome de todas: «A nossa pátria, senhor, é a cidade de Braga; se desejais saber de onde descendemos, podereis acreditar que em nossas veias circula o sangue da principal nobreza desta província; pois que todas somos tuas filhas e de Cálcia, tua consorte… Enquanto à religião que professamos, sabe que todas adoramos Jesus Cristo, Filho de Deus vivo, com quem nos desposamos pelo Baptismo; e que todas estamos resolvidas e prontas a dar o sangue das próprias veias pela confissão do seu Santo Nome, ainda que à custa dos maiores tormentos». Contou-lhe em seguida as circunstâncias do seu nascimento, e o modo porque escaparam à morte, a que a mãe as condenara. Fê-lo ciente da sua criação, dos seus propósitos e de resolução em que todas perseveravam firmes, e concluiu dizendo: «Aqui estamos na tua presença; dispõe de nós como melhor te parecer”. E tanto ela como as irmãs ficaram com uma aprazível e celeste serenidade. Não há termos com que se possa explicar a impressão que esta notícia produziu no coração do Régulo bracarense.
Recorda-se de algumas coisas passadas, que o movem a acreditar o que ouvira… Atílio muda de cor por diferentes vezes… Não pôde encobrir a inquietação que sente dentro do peito… Suspende logo o acto judicial, e manda retirar os ministros, ficando só com as meninas e com Cita, que as acompanhava. Tira-lhes dos pulsos as algemas e conduzindo-as ao interior do palácio, chama Cálcia, sua mulher, e conta-lhe tudo o que ouvira a Genebra. Cálcia fica cheia de confusão e medo, e ainda mais, quando ouve da boca de Cita, o modo como conservara a vida do corpo, e dera vida ás almas daquelas inocentes… Cálcia não se atreve a negar, antes confessa como tudo tinha sucedido. Logo que foram reconhecidas por filhas, tanto o pai como a mãe soltaram as rédeas aos afectos naturais… Abraçam, uma por uma, as ternas meninas, cobrem-nas de beijos, empregam toda a autoridade e arte para as persuadir que, abjurando o Cristianismo, adorassem os ídolos… Ponderou-lhes a alta qualidade dos seus ascendentes, a abundância das riquezas, o amor e desvelo com que procurariam, para cada uma, dignos esposos, com quem pudessem gozar, contentes, das prosperidades e bens do mundo. Porém, as nove meninas, com uma firmeza e constância inabalável, desprezaram todas as promessas, e permaneceram firmes na sua resolução. Vendo o Régulo frustrados todos os esforços que o amor de pai e a fé de idólatra lhe subministraram a fim de apartar as filhas da religião cristã, que tinham bebido com o leite, encheu-se de indignação, e parecendo-lhe que acabariam com ameaças, o que não podiam as carícias paternais, começou a prometer martírios, jurando pelos seus deuses que lhes tiraria a vida, à força dos tormentos mais esquisitos, se desprezassem as suas determinações, e se não se resolvessem de pronto a oferecer sacrifícios aos deuses do império. Serenou Cálcia estas furiosas iras de Atílio, e conseguiu dele, a poder de rogos, que se lhes desse algum tempo para considerarem aquilo que deviam escolher, esperando que, como meninas, tomariam outra resolução, depois de serem reconhecidas por suas filhas e destinadas para esposas dalguns mancebos nobres, formosos e ricos, e de comum acordo as deixaram sós, encerradas em um dos salões do seu palácio.
Depois que seus pais se retiraram, as nove meninas, prostradas ante a presença do Altíssimo, Lhe suplicaram com toda a candura das suas almas angélicas, que lhes inspirasse o modo como haviam de dirigir os seus passos no caminho da vida, e lhes desse constância e fortaleza, para nunca anuírem a tão detestáveis proposições; nem temerem a morte, que por instantes as esperava. As suas preces foram prontamente ouvidas e as fervorosas súplicas favoravelmente despachadas. Lá por entre a escuridão da noite, uma brilhante claridade vem iluminar aquela prisão; desce um Anjo do Senhor, que vem confortar as suas fieis esposas naquela tribulação, e, depois de lhes fazer conhecer o perigo, em que estão, de apostatar da religião santa, lhes intima da parte de Deus a ordem de fugirem, quanto antes, daquela casa, e de seguir cada uma a direcção que o Senhor lhe inspirar. O mesmo anjo, que lhes intimou a ordem do céu, lhes facilitou a saída do palácio, sem que alguém desse fé da ausência delas. Caminharam, todas juntas por algum tempo, por entre as trevas e silêncio da noite, até que assentaram entre si apartarem-se umas das outras, e antes de darem mutuamente o abraço de despedidas, santa Liberata, levantando as mãos e os olhos ao céu, proferiu a seguinte súplica: «Senhor meu, Jesus Cristo, que permitistes nascêssemos todas em um dia, e, livrando-nos do trânsito da morte, nos destes nova vida da graça, pedimo-Vos, Senhor, pela vossa divina misericórdia, e pelo eterno e incomparável amor com que nos amastes, sejais, meu Deus, servido levar-nos todas ao descanso eterno, e não consintais, meu bom Jesus, que se apartem do caminho da glória aquelas que tão unidas foram enquanto viveram na terra». Todas com o mesmo espírito e com a mesma fé responderam: Ámen.Deram os últimos abraços umas às outras, em sinal de recíproco amor, e como quem se despedia para se não tornar a ver na vida mortal, se despediram as angélicas meninas, dirigindo-se cada uma para onde o divino Esposo as encaminhou, e apesar dos esforços empregados pelo pai e pelos domésticos e vizinhos, que foram logo em procura delas, apenas puderam apanhar Santa Quitéria, com algumas pessoas que a acompanhavam: todas as mais conseguiram evadir-se para diferentes terras.

Beata Tarcísia (Olga) Mackiv, virgem e mártir 



 Olga Mackiv nasceu em 23 de março de 1919 na aldeia de Khodoriv, na região ucraniana de Lviv. Em 3 de março de 1938, ingressou no Instituto das Irmãs Servas de Maria Imaculada.

     Dois anos e meio depois, no dia 5 de novembro de 1940, ela fez seus primeiros votos e recebeu o nome religioso de Tarsykia (Tarcísia). Priora do seu convento até a chegada dos comunistas em Lviv, Irmã Tarcísia fez um voto privado, na presença de seu diretor espiritual, o Padre Volodomyr Kovalyk, aceitando sacrificar sua própria vida para a conversão da Rússia e para o bem da Igreja Católica.

     Determinados a destruir o mosteiro, na manhã de 17 de julho de 1944, os bolcheviques tocaram a campainha do convento de Krystynopil e mataram Tarcísia com um tiro por ela ter defendido a jóia da virgindade e da sua fé.

     Ela foi beatificada por João Paulo II em 27 de junho de 2001, juntamente com 24 outras vítimas do regime soviético de nacionalidade ucraniana.

São Filástrio


Hoje é dia de São Filástrio, bispo. Nada se sabe sobre sua nacionalidade, a não ser que dela se desfez, juntamente com a casa e a herança dos pais, para viver como andarilho, combatendo os infiéis e os hereges, especialmente os arianos. Combateu-os em Milão, em Roma e em Bréscia – que o escolheu para ser seu bispo.

Escreveu o Catálogo de Heresias para prevenir seu rebanho contra os perigos dos erros na fé. Santo Agostinho com ele se encontrou, junto com Santo Ambrósio, por volta do ano 384.

Morreu na presença de Santo Ambrósio, antes do ano de 397. São Filástrio é modelo de modéstia, de amabilidade e de zelo pela pureza da fé contra as heresias e as falsas interpretações.



Santo Emiliano, mártir

Em Doróstoro, na Mésia, hoje Silistra, na Bulgária, Santo Emiliano, mártir, que, indiferente aos editos de Juliano o Apóstata e às ameaças do seu vigário Catulino, destruiu o altar dos ídolos para impedir o sacrifício e, por isso, atirado para uma fornalha, recebeu a palma do martírio.

(† 362)

São Bruno de Segni (18 de Julho)



Bispo de Segni, na Itália, nascido em Solero, Piemonte, cerca de 1048; morreu em 1123. Bispo beneditino, servindo como bibliotecário do Vaticano e núncio cardeal. Ele recebeu sua educação primária em um mosteiro beneditino de sua cidade natal. Após completar seus estudos em Bolonha e receber a ordenação, foi feito um cânone de Sienna. Na apreciação de sua grande erudição e piedade eminente, foi chamado a Roma, onde, como um conselheiro capaz e prudente, seu conselho foi procurado por quatro papas sucessivos.
Em um sínodo realizado em Roma em 1079 obrigou Berengário de Tours, que negava a presença real do Senhor na Eucaristia, a retratar sua heresia. Ele gozava da amizade pessoal de Gregório VII, e foi consagrado Bispo de Segni por ele no Campagna de Roma, em 1080. Sua humildade o levou a recusar o cardinalato. Ele é chamado de "o defensor brilhante da igreja" por causa da coragem invencível evidenciada em ajudar Gregório VII e os papas que o sucederam em seus esforços para a reforma eclesiástica e, especialmente, na denúncia de investidura leiga, que ele mesmo declarou ser herética.
Ele acompanhou o Papa Urbano II em 1095, com o Concílio de Clermont, em que a Primeira Cruzada foi inaugurada. Em 1102 ele se tornou um monge de Monte Cassino e foi eleito abade, em 1107, sem, no entanto, renunciar ao seu cargo episcopal. Com muitos bispos da Itália e da França, Bruno rejeitaou o tratado conhecido na história como o "Privilegium", que Henrique V da Alemanha tinha extorquido Papa Pascoal II durante sua prisão. Em carta dirigida ao papa, francamente censurou-o por concluir uma convenção que concedeu ao rei alemão, em parte, o pedido inadmissível para o direito de posse do anel e báculo sobre bispos e abades, e exigiu que o tratado deveria ser anulado. Irritado com sua oposição, Pascoal II ordenou que Bruno desistisse de sua abadia e retornasse a sua sé episcopal.
Com zelo incansável, ele continuou a trabalhar para o bem-estar de seu rebanho, bem como para o interesse comum da Igreja em geral, até sua morte. Foi canonizado pelo papa Lúcio III em 1183. Sua festa é celebrada no dia 18 de julho. São Bruno foi o autor de numerosas obras, principalmente das Escrituras. Destes devem ser mencionados os seus comentários sobre o Pentateuco, o Livro de Jó, Salmos, os quatro Evangelhos e o Apocalipse.


FREDERICO DE UTRECHT Bispo, Mártir, Santo († 838) 



Frederico era neto de Radbodo, rei dos Frisonos. A sua educação foi confiada aos cuidados de Santo Ricfredo, bispo de Utrecht. Ordenado sacerdote, sub-diácono e seguidamente diácono, foi sobretudo conhecido por se infligir severas mortificações. Foi eleito bispo de Utrecht em 825, pelo imperador Luís o Debonário, filho e sucessor de Carlos Magno. Trabalhou afincadamente para a evangelização do Norte da Frísia, como lhe pedira o imperador e, com a ajuda de Santo Odulfo, combateu os abusos das uniões incestuosas que até ali eram prática quase comum naquelas regiões. Bastante implicado no seio da família imperial, reprovou com liberdade apostólica a conduta de Judite, segunda esposa deste monarca, atraindo assim o ressentimento e mesmo o ódio desta princesa. Participou igualmente no Concílio de Mainz. Um dia, enquanto fazia suas orações e acções de graças na capela de São João Batista, logo após a celebração do Santo Sacrifício, dois esbirros, enviados por Judite, atingiram-no a golpes de punhal. Frederico morreu, perdoando aos seus assassinos e recitando as palavras do Salmo 114: “Na presença do Senhor continuarei o meu caminho na terra dos vivos.” Foi elevado (aos altares) pelos clérigos da igreja de Utrecht que edificou por suas virtudes, suas austeridades e suas orações fervorosas.


SANTA SINFOROSA E SEUS SETE FILHOS, Mártires.







Na Via Tiburtina, vivia uma senhora chamada Sinforosa com os seus sete filhos chamados Crescêncio, Julião, Nemésio, Primitivo, Justino, Estácio e Eugênio. Ela vivia perto da majestosa vila do imperador Adriano, o qual havia ordenado a morte de seu marido, o tribuno Getúlio, do cunhado Amâncio e do amigo deles, Primitivo.

     Após ter terminado a construção de sua grandiosa vila, o imperador Adriano antes de inaugurá-la desejou consultar os deuses, os quais lhe disseram: A viúva Sinforosa e seus filhos nos atormentam diariamente invocando seu Deus. Se ela e os filhos oferecerem sacrifício, prometemos dar-lhe tudo o que pedir. Adriano chamou então o prefeito Licínio e ordenou que Sinforosa fosse presa e conduzida com seus filhos ao templo de Hércules.

     Depois, com lisonjas, ameaças e chantagens, procurou fazê-la desistir de sua Fé e a sacrificar aos ídolos, mas a Santa com nobre ânimo seguia o exemplo de Getúlio e dos companheiros de martírio de seu esposo.  Vendo que a mulher não se submetia aos seus desejos, o imperador renovou a ordem de junto com seus filhos ela sacrificar aos deuses pagãos, senão todos seriam condenados à morte, mas Sinforosa foi irremovível, como também seus sete filhos.


     Visto serem vãs todas as tentativas, o imperador ordenou que Sinforosa fosse torturada. Finalmente, ele deu ordem aos guardas para amarrarem uma grande pedra ao pescoço de Sinforosa e para lançá-la no Rio Anjo (Aniene).

     Chegou a vez de seus filhos. O imperador ordenou que fossem conduzidos ao templo onde tentaram convencê-los a aceitarem os ídolos, mas como se negassem a fazê-lo, os sete foram torturados e, em seguida, cada um deles sofreu um tipo de martírio diferente: Crescêncio foi esfaqueado na garganta, Julião, no peito, Nemésio, no coração, Primitivo foi ferido no umbigo, Justino, nas costas, Estácio, no flanco e Eugênio foi cortado em dois, de cima a baixo. Os corpos foram atirados numa vala comum no lugar que os sacerdotes pagãos passaram a chamar de "Ad septem Biothanatos" (palavra grega antiga utilizada para suicidas e, no caso dos pagãos, para denominar os cristãos que sofriam o martírio).

     Dois anos depois, tendo acalmado o furor dos perseguidores contra os cristãos, seu irmão Eugênio, que era membro do conselho de Tibur (Tiburtino = Tivoli), recolheu os corpos e os sepultou nos arredores da cidade.

     No século XVII, Antônio Bosio descobriu as ruínas de uma basílica num lugar popularmente chamado de "le sette fratte" (uma corruptela de "os sete irmãos") na Via Tiburtina, a quatorze quilômetros de Roma. Os "Atos" e o martirológio concordam que este era o local do túmulo de Sinforosa e seus filhos. Descobertas posteriores, que não deixam dúvidas de que a basílica foi construída sobre o túmulo deles, foram feitas por Stevenson. As relíquias foram transladadas para Sant’Angelo in Pescheria, em Roma, por ordem do Papa Estêvão II em 752. Um sarcófago foi descoberto no local em 1610 com a seguinte inscrição: “Aqui jazem os corpos dos santos mártires Sinforosa, seu marido Zótio (Getúlio) e seus filhos, transferidos pelo papa Estêvão”.

     Nos dias atuais há uma igreja dedicada a Santa perto de Bagni di Tivoli.



Etimologia: Sinforosa, do latim, provavelmente Symphorosa, derivado do grego symphorá: “sucesso, fortuna, sorte, destino”.




18/07 – Santo Arnolfo de Metz

 

Arnolfo nasceu em Metz, na antiga Gália, agora França, no ano 582. A sua família era muito importante, cristã e fazia parte da nobreza. Ele estudou e casou-se com uma aristocrata, com a qual teve dois filhos. A região da Gália era dominada pelos francos e era dividida em diversos reinos que guerreavam entre si. Isso provocava grandes massacres familiares e corrupção. Um destes reinos era o da Austrasia, do rei Teodeberto II, para o qual Arnolfo passou a trabalhar. Mas quando este rei morreu, todos os seus descendentes e familiares foram assassinados à mando do rei dos francos Clotário II, que incorporou a região aos seus domínios. Era neste clima que vivia Arnolfo, um homem de fé inabalável, correto e justo. O rei Clotário II, agora soberano de um extenso território, conhecendo a fama da conduta cristã de Arnolfo o tornou seu conselheiro. Confiou-lhe também a educação de seu filho Dagoberto, que se formou dentro dos costumes da piedade e do amor cristão. Tal preparo fez de Dagoberto um dos reis católicos mais justos da História, não tendo cometido nenhuma atrocidade durante o seu governo. Além disto, o rei Clotário II nomeou Arnolfo, bispo de Metz, que acumulou todas as atribuições da corte. Uma bela passagem ilustra bem o caráter deste homem, que mesmo leigo se tornou um dos grandes bispos do seu tempo. Temendo não ser digno do cargo, por causa dos seus pecados, atirou seu anel no rio Mosella, dizendo: “Senhor, se me perdoas, fazei-o retornar”. O anel retornou dentro do ventre de um peixe. Esta tradição cristã, ilustra bem a realidade de sua época, onde era difícil não pecar, especialmente para quem estava no poder. Naquele tempo, as questões dos leigos e do celibato não tinham uma disciplina rigorosa e uniforme dentro da Igreja, que ainda seguia evangelizando a Europa. Arnolfo não foi o primeiro pai de família a ocupar este posto, nesta condição. Como chefe desta diocese, Arnolfo participou dos concílios nacionais de Clichy e de Reims. Mais tarde, o seu filho Clodolfo, se tornou bispo e assumiu a diocese de Metz, enquanto o outro, chamado Ansegiso, se tornou um dos primeiro “mestres de palácio”, da chamada era carolíngia. Depois de algum tempo Arnolfo abandonou, o bispado e o cargo na corte, para ingressar no mosteiro fundado pelo seu amigo Romarico, outro que havia abandonado a corte e o rei. Desta maneira serena, Arnolfo viveu o resto de seus dias, dedicando-se às orações, penitência e caridade. Arnolfo morreu no dia 18 de julho de 641, naquele mosteiro. Assim que a notícia chegou em Metz, os habitantes reclamaram o seu corpo, depositando-o na basílica que adotou, para sempre, o seu nome.
 



São Francisco Solano



Francisco Solano nasceu em 1549, na Espanha. Filho de pais cristãos, ele foi batizado no mesmo dia do nascimento. Estudou no Colégio dos Jesuítas. Era um jovem sensível, vigoroso, dotado de vontade firme e logo conquistava a estima de todos. Aos 20 anos de idade entrou para a Ordem Franciscana e foi um frade exemplar. Como seu sonho era trabalhar em terras de missão, quando Felipe II pediu um reforço de missionários, Francisco foi um dos escolhidos para ir para o Peru. Na viagem seu navio foi colhido por uma tempestade e veio a encalhar num banco de areia. Vendo e compadecendo-se do modo como os escravos que viajavam no navio eram tratados, ele renunciou ao lugar que lhe tinha sido dado no barco de salvamento, para ficar com os escravos, confortando-os e evangelizando-os. Após dois meses um navio os recolheu, e eles foram levados para Lima. Durante 15 anos Francisco Solano andou pelo novo continente, evangelizando e fazendo pelas Índias Ocidentais o que São Francisco Xavier fez pelas Índias Orientais. Seu zelo pelos povos da América era alimentado pela oração e espírito de humildade. Para denunciar os abusos praticados contra os índios, para pregar contra a corrupção e predizer acontecimentos sombrios se não houvesse uma mudança de vida e de atitudes, Francisco Solano usava muitas vezes o tom enérgico dos profetas do Antigo Testamento. Para melhor evangelizar, aprendeu várias línguas indígenas. Uma de suas principais características era a alegria. Nunca ninguém o viu triste nem acabrunhado. Seu lugar predileto era a igreja onde permanecia horas inteiras em adoração ao Santíssimo. Com a finalidade de restabelecer a disciplina interior da Ordem, ele passou os últimos anos de sua vida em Lima, como superior dos Jesuítas. Morreu no dia 14 de julho de 1631 e foi canonizado em 1726. Três países da América Latina o escolheram como padroeiro: Argentina, Uruguai e, naturalmente, o Peru.
Hoje São Francisco Solano, que  superou as dificuldades  geográficas, de língua e de cultura para solidarizar-se com a dor dos  oprimidos e falar a eles de Deus, traz uma proposta para os missionários de hoje: Aprender a contemplar o mundo, familiarizar-se com sua linguagem, seus costumes e suas atitudes, não para curvar-se, mas para dialogar com ele, para mostrar-lhe o rosto luminoso do Pai e, a partir da Palavra de Deus, descobrir, não um caminho novo, porque caminho é um só – Jesus – mas um novo jeito de caminhar e novas maneiras de evangelizar.
 
BEATO Frei Bartolomeu dos Mártires

 
Bispo de Viana e arcebispo de Braga, nasceu em maio de 1514, em Lisboa, e ingressou na Ordem Dominicana em 1548. Dez anos mais tarde, terminou os seus estudos e ordenou-se sacerdote. Até à sua nomeação como arcebispo de Braga (1558) dedicou-se ao ensino. Enquanto professor teve como aluno, entre outras figuras do seu tempo, D. António, Prior do Crato, futuro pretendente ao trono na crise dinástica de 1578-1580.
Deixou-nos mais de trinta escritos, dos quais se salientam: Stimulus Pastorum (com 21 edições); Catecismo da Dourina Cristã (com 15 edições) e Compendium Spiritualis Doctrinae (com 10 edições).
Participou no Concílio de Trento, nos anos de 1562 e 1563, onde se fez notar não só pela defesa do primado peninsular da arquidiocese bracarense, mas também na defesa de uma reforma da Igreja urgente e eficaz. Foi, neste sentido, o primeiro prelado a promulgar os decretos tridentinos, aquando da reunião de um sínodo diocesano de Braga, em 1564. Dois anos depois, organizou o 4.º Concílio Provincial Bracarense, onde se redefiniram e ajustaram os decretos tridentinos segundo as necessidades existentes na província da sua arquidiocese. Mesmo contra um conjunto de várias oposições, instaurou a reforma na Igreja, ao nível claro da sua arquidiocese, não deixando de influenciar muitas outras. Como linhas de força da sua ação, pretendia formar um clero zeloso e culto, que moralizasse os fiéis e administrasse os bens e os partilhasse pelo povo mais carenciado. Numa época em que a peste arrasava de uma forma avassaladora o povo português, levou mesmo a sua caridade ao extremo, chegando a dar as suas vestes e até mesmo a própria cama.
Como prelado preocupado com a formação do clero e suas reforma de disciplina, costumes e vida eclesiástica, reordenou o Colégio de São Paulo em Braga, definindo os seus programas de ensino de acordo com os princípios imanados em Trento relativos à instrução do clero. Ainda neste âmbito, introduziu e fundou as cadeiras de Casos da Consciência em Braga, em Viana do Castelo e no Seminário Conciliar Bracarense, com o fim de formar o clero segundo as ideias de reforma que defendia. Participou nas cortes de Tomar de 1580, com os arcebispos de Lisboa e Évora. A 20 de fevereiro de 1582, retirou-se das suas funções eclesiásticas, resignando assim também a mitra primacial de Braga.
Faleceu a 16 de julho de 1590, no convento dominicano de Santa Cruz que havia fundado em Viana do Castelo. O seu último suspiro foi o culminar de uma vida regrada e indesmentivelmente cristã; o povo da cidade limiana guardou ciosamente o seu corpo, com armas até, para que os bracarenses não o levassem para a sede da arquidiocese de Braga. Foi beatificado a 4 de novembro de 2001, em Roma, pelo Papa João Paulo II.
Foi objeto de uma biografia, em 1619, intitulada a Vida de Frei Bartolomeu dos Mártires , da autoria de Frei Luís de Sousa (fidalgo de nome Manuel de Sousa Coutinho que professara na Ordem Dominicana, após resignação ao casamento com D. Madalena de Vilhena, anteriormente casada com D. João de Portugal).


São Frederico, bispo e mártir

      

            Frederico, nome de origem alemã, que significa “promotor da paz”, nasceu por volta do ano 790, membro de uma família nobre de Friesland, Holanda, porém, não quis seguir a aristocracia da época, decidindo seguir a carreira como missionário. Ele atuou no serviço catequético de sua comunidade, onde se esforçou para eliminar com o paganismo e a idolatria que ainda estava naquela região.
            Seus sermões chamaram atenção dos líderes da Igreja da época que o convidaram a ser um padre, e logo em seguida, bispo (segundo escritos, em 820), mas Frederico não se achava capaz de assumir, porém, a pedido do povo, aceitou a missão.
            Dentre os desafios do bispo, estavam os atos da imperatriz Judite, segunda esposa do imperador Luís, o Bonacheirão ou Debonário. Tal imperatriz divulgava orgias na comunidade, algo que foi amplamente censurado pelo bispo. Frederico também combateu na Ilha de Walcheren, os casamentos incestuosos, ou seja, as relações entre parentes próximos, que aconteciam na ilha.
            A razão missionária do Bispo Frederico, estava em formar famílias saudáveis, que estivessem centradas no evangelho de Cristo. Este propósito missionário era totalmente contrário ao pregado na comunidade em que atuou principalmente pela imperatriz Judite, o que fez com que criasse na região, um choque de ideologias entre a Moral na Família que era pregado pelo Bispo, e a Liberação Sexual pregado pela Imperatriz.
            Outro desafio do Bispo era lutar contra o Arianismo, doutrina herege difundida por Arius, bispo de Alexandria no quarto século, onde este afirmava que só existia um Deus verdadeiro, o “Pai Eterno”. Jesus Cristo, para este bispo, não era Deus, era um semideus. Arius, ainda divulgava que Jesus Cristo não tinha a mesma essência de Deus Pai, em si, era, popularmente, um “herói grego”.
            Arius foi excomungado no ano seguinte da divulgação de sua doutrina, e em 325, no Primeiro Concílio de Nicéia, a Igreja Católica proclama como Dogma a Santíssima Trindade, condenando o Aria-nismo, vindo a afirmar que existe apenas um Deus e Ele se apresenta em Três Pessoas que são iguais, consubstanciais e semelhantes: o Pai; o Filho e o Espírito Santo.
            Como resultado, neste concílio foi construído a primeira parte do Credo Niceno-constan-tinopolitano. Todavia, mesmo condenada pela Igreja, à doutrina do Arianismo ainda era pregada no tempo de Frederico, século VII, algo que o Bispo Santo, eliminou, com sua catequese, a partir da explicação do Credo Niceno-constantinopolitano, que foi totalmente formulado no ano de 381, no Concílio de Constantinopla. O resultado disto foi à conscientização social da comunidade, que, procurando viver à espiritualidade da Santíssima Trindade, modelo real de uma comunidade, não se deixou levar pelos líderes políticos da época que pregavam o Arianismo, que, trazendo para a dimensão social, correspondia a um tipo de totalitarismo.
             O legado do Santo Bispo durou apenas 18 anos, tendo em vista que, em 838, após uma celebração eucarística, no momento em que orava em agradecimento pela cerimônia realizada, dois homens chegaram a apunhalá-lo com espadas, que cravadas em seu peito, segundo escritos, o Bispo faleceu dizendo: na presença do Senhor, continuarei o meu caminho na terra dos vivos”.
             Duas tradições expressam os fatores que levaram ao seu martírio: primeiro o fato de que a Imperatriz foi a mandante do seu assassinato, já que o sacerdote acabou com as festas de orgias que a imperatriz promovia no meio povo; já a segunda tradição, expressa que os mandantes do crime foram os políticos de Walcheren, que, levados pela doutrina do arianismo, se encontraram com uma comunidade que não estava mais sendo manipuladas por eles. O bispo havia ensinado o povo a viver como uma verdadeira comunidade, por meio do exemplo da Santíssima Trindade, este transmitido em suas catequeses.
            Todavia, de algo se tem certeza: ele foi martirizado por pregar a favor da moralização das e nas famílias da sua diocese.


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